RELEASES EMPRESARIAIS

QUINTA-FEIRA, 18 DE FEVEREIRO DE 2016 - Horário 17:43

Seja inovador sem precisar ser um gênio
Negócio / Diariamente, há uma avalanche de artigos, matérias, propagandas, e toda sorte de movimento instigando pessoas a serem inovadores em seus ambientes de trabalho. É a ordem do dia. Requisito tão indispensável a qualquer profissional como o démodé "bom relacionamento interpessoal" que se vê aos montes nos currículos - seja lá o que isto queira dizer. Mas afinal, o que fazer, se a roda já foi inventada? E a colher também? Soa como um convite a despertar o Thomas Edison existente entre nós, criando com isto, uma enorme barreira entre o possível e o que ultrapassa as possibilidades de não gênios (como é o caso do inventor da lâmpada incandescente - que registrou, inclusive, mais de 2000 patentes, além desta...). Pois é, fora da curva, gênio, sem comparação.

E é então, a respeito deste outro convite, mais à mão e palpável, que Camila Pati traz em seu artigo para a Exame . Em uma conversa com Celso Braga, diretor do Grupo Bridge, que atua no desenvolvimento de soluções práticas e inovadoras (olha aí a palavra novamente) para organizações, é um dos idealizadores do prêmio "O Melhor da Inovação", que tem por objetivo fomentar a discussão a respeito deste assunto, que seguirá na ordem do dia para todas as organizações que não desejam estagnação. Participa da conversa também Beia Carvalho, especialista no assunto, palestrante e dona de 4 leões em Canes por suas peças publicitárias. De forma prática, Braga e Beia desmistificam o assunto, trazendo à luz do entendimento simples ações e atitudes que fazem a diferença nas organizações.

"Por combinação", "Por melhoria" e "por atraso" (que nada mais é do que o bom e velho benchmarking - ver o que seu concorrente faz de melhor e adaptar ao seu modelo de negócio - também uma melhoria), são alguns dos exemplos de melhoria passíveis de serem aplicados nas empresas, sem a necessidade de aportes financeiros astronômicos (Beia cita que uma das coisas que mais vem em mente das pessoas quando o assunto é inovação é o Iphone). "Por melhoria" trata da otimização de performance ou economia de recursos - outro bom exemplo disto é a cada vez mais comum enxugada nas impressões dos trabalhos de faculdade que antes eram impressos "sem dó" pelo pessoal do escritório e que agora, com a implantação de senhas e limites de impressão per capita, deixam mais difíceis as coisas aos trabalhadores que ainda estudam (sem falar na substituição das impressões coloridas pelas gray scale, outro luxo que não cabe mais). "Por combinação" é a junção de dois ou mais produtos ou serviços em uma única solução, mais prática ou econômica. É o caso das filmadoras e câmeras fotográficas que hoje chamamos de celular, ou o lápis com ponta de borracha, exemplo dado no próprio artigo.

Seja você um inovador em cinco passos: Braga dá também pistas de como desenvolver o tino inovador (ao ponto de poder também se colocar este predicado no currículo):

1) Ser um agente transformador, isento totalmente da síndrome de Gabriela, é o primeiro passo. Estimular a inovação é desapegar-se de comportamentos de estagnação, fazer além do que foi contratado para fazer, ampliando práticas e conhecimentos;

2) Planejamento. Com a ideia recebida em mente, desenhar a execução (facilitará separar uma epifania de uma utopia). Nesta etapa, os custos de pôr em prática a realização costumam aparecer, com tranquilidade;

3) Sensibilizar o gestor. É trazê-lo para dentro da ideia, fazendo-o participar do planejamento. Derruba-se com isto simples entraves sujeitos a aparecer logo na primeira apresentação (no caso, barrando-se a ideia imediatamente no seu imediato);

4) Envolver a equipe afetada. Compartilhar a ideia a fortalecerá, além disto, é neste ponto que as brainstormings são de fato produtivas, gerando "melhoria sobre melhoria";

5) Verificar resultados. A homologação de uma inovação bem sucedida só é possível com a apresentação de dados "antes e depois". Para tanto, a mensuração da performance (e isto inclui observar todo dado envolvido: redução de tempo de operação, de custos, pessoal, receita, etc.).

Enfim, simplifique! Seguindo estas recomendações, trazemos para o mundo dos mortais este mundo de possibilidades. E se, ainda assim houver alguma dúvida a respeito do que é inovação, note-se no texto seu sinônimo: melhoria. Afinal, simplificar é a chave.
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