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SEGUNDA-FEIRA, 28 DE DEZEMBRO DE 2015 - Horário 9:04

Transplante de córnea coloca mais de 10 mil pessoas na lista de espera no Brasil
Ciência & Saúde / Uma pesquisa recente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos apontou que no Brasil entre janeiro e junho de 2015, cerca de 6.585 pessoas realizaram o transplante de córnea no país. São Paulo com 2.289 transplantes e Minas Gerais com 668 são os estados que mais realizaram o procedimento. O que muitas pessoas não sabem é que em alguns casos o transplante pode ser evitado, como por exemplo, em casos de ceratocone - doença que provoca alterações na curvatura da córnea e gera uma progressão da Miopia e do Astigmatismo – e que atualmente é a principal causa de transplantes de córnea no Brasil, respondendo por 70% dos casos.

Hoje no país cerca de 10.300 pessoas estão na fila de espera, porém a evolução nos tratamentos referente ao ceratocone, já diminuiu em 44% o número de candidatos ao transplante de córnea.

"Novos procedimentos para tratar a doença podem evitar o transplante de córnea que é muito difícil aqui no Brasil por causa da fila muito grande a espera de doadores. Com essas novas técnicas e cirurgias muito rápidas, a pessoa tem a volta da sua visão e a qualidade de vida restaurada", explica o Dr. Renato Neves, Presidente da Sociedade Brasileira de Ceratocone.

Segundo Dr. Renato um diagnóstico precoce do ceratocone, ajuda a obter resultados satisfatórios.

"O ceratocone tem 4 graus evolutivos e dependendo da severidade da doença o paciente pode perder a visão, resultando na necessidade de um transplante de córnea. Mas com os tratamentos atuais é possível diagnosticar o problema com uma topografia corneana e interromper o progresso do ceratocone com um diagnóstico precoce, ajudando no tratamento", afirma.

Há mais de 5 anos, quando o paciente não conseguia boa visão ou adaptação a lentes de contato, indicava-se o transplante de córnea. Com o desenvolvimento de tecnologias na área, o transplante de córnea em função do ceratocone se tornou o último recurso. Hoje é possível optar pelo implante de um anel nas córneas.

"Através do implante de anel intracorneano, também chamado Anel de Ferrara, é possível corrigir a curvatura com um fortalecimento da córnea, restaurando o seu formato arredondado. A técnica consiste na implantação de dois segmentos de arco de acrílico especial na córnea, melhorando o conforto e a visão do paciente", explica o especialista.

Uma outra técnica para tratar a doença é o Crosslink que se vale da aplicação de um colírio para estimular novas ligações entre as moléculas de colágeno, aumentando a resistência estrutural da córnea.

"É feito um tratamento cirúrgico no crosslink, que tem como objetivo endurecer a córnea para melhorar a estabilidade. Aplicamos um colírio a base de vitamina B6 (Riboflavina), ativada através de um feixe especial de luz ultravioleta para a maior união das fibras de colágeno, estabilizando assim a evolução do ceratocone", conclui o Dr. Renato Neves, presidente da Sociedade Brasileira de Ceratocone.

Website: http://www.ceratocone.net.br/
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