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SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO DE 2019 - Horário 15:35

Georges Minois debruça-se sobre a história do suicídio
Educação / Albert Camus disse que "so´ existe um problema filosófico realmente se´rio: e´ o suici´dio". Para ele, o "resto" vinha depois. Mas, se a questão da morte voluntária é reconhecida como relevante, o ato em si nunca deixou de ser objeto de reprovação social e religiosa. De fato, mesmo nos dias desassombrados da contemporaneidade, falar sobre suicídio é tabu, o que denota o emaranhado de elementos antropológicos, psicológicos e éticos que assolam o tema. As complexidades desse terreno são enfrentadas pelo lançamento da Editora Unesp, 'Histo´ria do suici´dio: a sociedade ocidental diante da morte volunta´ria', do historiador Georges Minois, em que se faz um denso apanhado sobre o "assassinato de si mesmo" ao longo da história humana.

"E´ em 1600 que Shakespeare formula, em Hamlet, com uma simplicidade terri´vel, a pergunta fundamental: "Ser ou na~o ser? Eis a questa~o". E´ essa pergunta que nos servira´ de guia", escreve Minois. "Por que, em uma determinada e´poca, alguns homens escolheram na~o mais ser? Cada um tinha suas razo~es, e e´ importante compreende^-las, pois essa atitude revela os valores fundamentais da sociedade. Ela afeta ao mesmo tempo o indivi´duo e o grupo".

Por onze capítulos, Georges Minois conduz os leitores a um mergulho na Antiguidade, na Idade Média e no Renascimento chegando à Revolução Francesa e ao Século XX, buscando encontrar as raízes filosóficas para se entender as mortes voluntárias. Mas ele faz um alerta: "Na~o podemos estudar os suici´dios como podemos faze^-lo em relac¸a~o a` destruic¸a~o provocada pela peste ou pela tuberculose, pois a morte volunta´ria e´ um tipo de o´bito cujo significado na~o e´ de ordem demogra´fica, mas filoso´fica, religiosa, moral, cultural", aponta. "O sile^ncio e a dissimulac¸a~o que a rodearam durante muito tempo instauraram um clima de mal-estar em torno dela."

"Homens e mulheres escolheram a morte", escreve Minois. Apesar disso, esse caminho nunca foi tratado com indiferença. "Aclamada em raras circunsta^ncias como um ato de heroi´smo, ela foi, na maioria das vezes, objeto de reprovac¸a~o social. Isso porque o suici´dio e´ considerado ao mesmo tempo uma ofensa a Deus, que nos deu a vida, e a` sociedade, que prove^ o bem-estar de seus membros", acrescenta. Apesar disso, surgem indagações e modificações na forma de pensar o suicídio. "E´ essa mudanc¸a crucial nas mentalidades ocidentais, a` qual se deu pouqui´ssima atenc¸a~o ate´ o momento, que gostari´amos de examinar."

Sobre o autor - Georges Minois e´ professor de Histo´ria e historiador das mentalidades religiosas. Dele, a Editora Unesp publicou Histo´ria do riso e do esca´rnio (2003), A idade de ouro (2011), Histo´ria do atei´smo (2014) e Histo´ria do futuro (2016).

Título: Histo´ria do suici´dio: a sociedade ocidental diante da morte volunta´ria
Autor: Georges Minois
Tradutor: Fernando Santos Número de páginas: 414
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 74,00
ISBN: 978-85-393-0764-7
Mais informações sobre os livros publicados pela Editora Unesp estão disponíveis no site: www.editoraunesp.com.br


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