Atual líder de vendas no mercado fotográfico, a câmera DSLR, foi lançada pela japonesa Canon no ano de 2001 com o modelo EOS D1, e pode já ter seus dias contados. DSLR quer dizer single-lens reflex (câmera digital de reflexo por uma lente) e vem perdendo espaço para as compactas e mais leves, Mirrorless.

Em 2015, quando a também japonesa Sony lançou sua primeira mirrorless no Brasil, houve um crescimento de 35% em unidades vendidas e 50% em valores monetários, o que provocou uma queda de 19% em um volume de 9% nas DLSRs da marca.

Mirrorless, em inglês, quer dizer “sem espelho”, e é assim que se diferenciam das tradicionais DSLR. Elas deixaram de ter o pentaprisma, o espelho e um tamanho grande. Essas inovações, entre outras, fazem com que as mirrorless tenham uma focagem mais rápida e mais eficiência no ISO, recurso muito desejado por produtores de vídeo e fotógrafos noturnos.

Esse avanço foi percebido no mercado e gerou uma queda de 35% nas vendas de lentes intercambiáveis da Nikon e Canon, no ano de 2011.

Para 2020, há rumores no mercado fotográfico de que a marca Canon produzirá as câmeras mirroless no Brasil, o que baratearia ainda mais o custo desta câmera que, mesmo importada, já apresenta um valor mais acessível. É o caso da Sony Alpha A6300, que é vendida por R$ 4.335,97¹ com lente 16-50mm, enquanto sua similar, Canon M50, é vendida por R$ 3.251,24¹.

Fazendo um comparativo de valores entre Mirroless e DSLR, podem ser citados os modelos EOS M50 e Rebel T7i, ambos da linha de entrada da Canon. O modelo atual de DSLR, Canon T7i, com lente EF-S 18-55mm, pode ser adquirido pelo valor de R$3.380,81¹ enquanto o modelo mirrorless M50 4K com lente EF-M 15-45mm, custa na faixa de R$3.251,24¹.

As vantagens de ter uma mirrorless são inúmeras. A Canon EOS R, primeira mirrorless Full Frame da Canon, possui o novo processador de imagem Digic 8 embutido, sendo capaz de realizar disparos contínuos de até 8 FPS. O modo de foco automático é beneficiado por este componente já que utiliza a tecnologia dual pixel e conta com 5.655 pontos de detecção, obtendo maior agilidade e precisão. A câmera também dispõe do modo de "detecção de pupila", que identifica e segue os olhos de pessoas dentro do quadro prometendo entregar resultados de alta qualidade.

No geral, as câmeras mirrorless, além de serem mais leves e compactas, são mais objetivas: suas funcionalidades são claras e, diferentemente das outras, não apresentam inúmeros botões capazes de confundir até mesmo um profissional. Seu ruído quase nulo facilita as filmagens.

Mas nem tudo são flores. Ainda há desvantagens em adquirir uma câmera desse tipo. Por exemplo, uma DSLR 6D é capaz de aguentar 1.140 cliques com a mesma bateria, enquanto uma Sony A7R II já apresenta o sinal de “battery exhausted” depois de 250 cliques. Seu visor não é tão rápido no quesito processar imagens, o que facilmente arruinaria o registro de um momento único. Também, as manutenções de uma mirrorless costumam a ser mais caras do que as manutenções de uma DSLR, por exemplo, já que suas peças e assistências especializadas ainda são difíceis de encontrar pelo país e as lentes disponíveis ainda não são menores do que nos modelos DSLRs.

Entretanto, com o avanço da tecnologia, há promessas de melhora para as câmeras mirrorless, mas ainda assim, não há como há como bater o martelo e considerar uma câmera indubitavelmente melhor que a outra. Pode-se apenas imaginar que melhorias na capacidade das baterias e desenvolvimento de novas lentes estão acontecendo entre todas as grandes fabricantes e não deve demorar muito para que as mirrorless dominem o mercado fotográfico.

*1 Valores para compras à vista, consultados no dia 21/12/18 nos sites www.bananafoto.com.br e www.mastertronic.com.br)

Isadora Mello