A flexibilidade de horários e investimentos relativamente baixos têm tornado os cursos a distância uma alternativa atraente para quem está numa fase de mudanças profissionais, seja uma transição ou uma promoção. Prova disso é a expansão de 7,2% do Ensino a Distância (EAD) no Brasil, segundo o Censo da Educação Superior de 2016, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Isso é reflexo da movimentação profissional, algo bem comum nas gerações mais novas. Já que, diferente de antigamente, não se sentem obrigadas a escolherem uma profissão e seguirem ela até a aposentadoria. Quem explica esse fenômeno é Patrícia Rocha, coach e fundadora do portal Mundo Coaching Brasil.

“A quantidade de informação disponível tem possibilitado conhecer novas profissões e outras formas de viver. O que acaba expandindo os horizontes, amplia a visão e desconstrói padrões. Unido a isso, também é crescente a busca por realização e identidade com o trabalho, fala-se mais em missão, em vocação e em paixão”, afirma Rocha.

A importância do planejamento na carreira

Para a coach essas discussões de mudanças na carreira são válidas, mas devem ser saudáveis também, ou seja, conduzidas com leveza e tranquilidade. Esse caminho de crescimento não é fácil, nem precisa ser rápido. Por isso é fundamental o planejamento.

“A transição de carreira é uma mudança de trilho, é um novo caminho na jornada, por isso o planejamento é fundamental para o sucesso do desafio. Mas, atenção, o plano não pode ser raso, superficial. É preciso clareza, entendimento de valores, sonhos e objetivos. Além de consciência sobre as dores e as alegrias do caminho, as perdas e também os ganhos, para que haja motivação para chegar lá”, explica Rocha.

Ela não para por aí, dá dicas para quem quer embarcar na jornada. “O plano deve prever estratégias, que muitas vezes passam por explorar e conhecer melhor a nova profissão. Cursos a distância, portais específicos e conhecer alguém que exerça a profissão são estratégias que fortalecem o caminho”, completa a coach.

Um bom exemplo de como essa transição pode ser bem sucedida é o caso do analista financeiro Flávio Costa. “Comecei trabalhando na área fiscal e depois migrei para o Financeiro, mas no início ainda era algo bem operacional. Quando comecei a trabalhar no hospital passei a focar em atividades mais estratégicas e isso demandou uma busca por conhecimento que eu ainda não tinha, em questões mais específicas”, relembra o estudante de Contabilidade.

Flávio conta que começou buscando referências na área e consumindo materiais gratuitos de Finanças e Controladoria, como e-books, podcasts e artigos. Nessa fase de pesquisa, encontrou um curso de gestão orçamentária e, além de conseguir colocar os aprendizados em prática, ainda traçou novos planos para sua carreira.

“Na metade do curso mais ou menos, decidi aplicar a teoria na prática. Então, tudo o que aprendia nas aulas, colocava em prática no dia a dia e toda a equipe teve muitos ganhos”, comemora Costa. “Eu sabia pouco sobre gestão financeira, tinha uma visão sintética, e o curso enriqueceu bastante o meu conhecimento. Gostei tanto, que termino a faculdade no final do ano e na sequência quero fazer um MBA em Controladoria e Finanças”, promete ele.

EAD em Finanças e Controladoria

O que o Flávio está vivenciado tem se tornado cada vez mais comum: profissionais das áreas de Administração, Financeiro e Contabilidade migrando para a Controladoria. O que não quer dizer necessariamente uma mudança de carreira, mas uma transição de cargos e atividades. Isso porque todas elas se complementam. A maior diferença está nos níveis operacionais e estratégicos em que atuam.

De forma bem resumida, a área de Controladoria é responsável pelo Planejamento Estratégico e o Orçamento Empresarial dentro das organizações. Enquanto o Financeiro foca nas movimentações financeiras da empresa, como o fluxo de caixa, o Administrativo no gerenciamento da administração e a Contabilidade nas questões legais.

A pergunta é por que migrar de carreira e seguir a Controladoria? Resposta simples: porque o mercado está cada vez mais dinâmico e não basta olhar apenas para o presente ou para o passado. É preciso prever resultados de forma cada vez mais eficiente. E é exatamente o departamento de Controladoria que vai proporcionar isso dentro de uma empresa. Além de possuir planos de cargos e carreiras bem atraentes e, em geral, acima da média das demais áreas.

Não há uma regra de como fazer esse movimento, apenas boas práticas e um ótimo planejamento, como explicou a coach Patrícia Rocha. Mas existem competências essenciais para quem quer trabalhar na área. Destaque para conhecimentos profundos de Finanças, Controle de Processos, Ferramentas e Sistemas de Gestão, Negociação, Tomada de Decisão, Planejamento e Organização.

Considerando que definir controles orçamentários, planejar o Orçamento para o ano seguinte e estabelecer números que façam sentido não é uma tarefa fácil, especialmente para quem nunca fez. Antes mesmo de procurar uma pós-graduação, os cursos de extensão e curta duração podem ser o primeiro passo para quem quer se aprofundar na área da Controladoria e aprender, por exemplo, os princípios da Gestão Orçamentária e como fazer um Planejamento Orçamentário do zero.

Também é uma ótima chance de aprender conceitos importantíssimos como identificar qual metodologia deve ser utilizada  na hora de montar uma base orçamentária. Além de saber mais sobre os principais relatórios gerenciais, como analisá-los e identificar quais informações são importantes para tomadas de decisões.

Algumas dicas para saber se um curso de Gestão Orçamentária vale a pena ou não são: avaliação da grade curricular; comentários ou indicações de outras pessoas; tirar dúvidas com quem oferece suporte e, principalmente, ter certeza de que é um tema atual que auxiliará a potencializar as competências profissionais.

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