RELEASES EMPRESARIAIS

QUINTA-FEIRA, 19 DE JULHO DE 2018 - Horário 9:33

Ofertas Iniciais de Ações (IPOs) do primeiro semestre arrecadam 94,3% a mais do que em 2017
Negócio /

Depois de anos difíceis para o mercado de capitais brasileiro em termos de Ofertas Iniciais de Ações (IPO, na sigla em inglês), 2018 começou de forma acelerada. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a Anbima, entre janeiro e junho deste ano as aberturas de capital realizadas na B³ levantaram R$ 6,8 bilhões, um crescimento de 94,3% em relação aos primeiros seis meses de 2017.

Por outro lado, a partir de agora, por causa das eleições, dificilmente haverá novas emissões de ações neste ano. Pelo menos não antes de outubro. “Com a chegada das eleições, o mercado fica mais volátil e as empresas procuram evitar esse tipo de ambiente na hora de fazer seu IPO”, diz Tiago Reis, CEO e fundador da casa de análises de investimentos Suno Research.

No segundo trimestre, entre abril e junho, diversas ofertas já foram suspensas por fatores ligados ao ambiente econômico. Casos como a greve dos caminhoneiros, por exemplo, contribuíram para que algumas empresas retirassem sua proposta de IPO da bolsa.

Nem tudo positivo

Embora o valor captado com IPOs tenha sido muito maior do que no ano anterior, o total de emissão de ações, que inclui ofertas iniciais e follow-ons (ofertas feitas por empresas que já tem o capital aberto na bolsa) foi de R$6,9 bilhões, 51% a menos do que em 2017.

Ao todo, contabilizando renda variável e renda fixa, o mercado de capitais teve um movimento de R$ 144,5 bilhões, 18% a mais do que o primeiro semestre do ano passado. Isso mostra que, depois que o pior da crise econômica passou, os brasileiros voltaram a ter algum poder de poupança e vontade de investir.

Por outro lado, o número também mostra que há muito mais dinheiro sendo investido na renda fixa, que em geral tem um retorno geral menor do que a renda variável. “No longo prazo, a tendência é que o retorno dado por boas empresas, pagadoras de dividendos, seja muito superior ao trazido pela renda fixa”, diz Reis, da Suno Research.

Se por um lado as ofertas de renda variável devem diminuir até o final do ano, as de renda fixa, como debêntures, debêntures incentivadas e notas promissórias tendem a ser menos afetadas. Isso porque há procura por esse tipo de papel, ainda mais em um período no qual a taxa básica de juros está em um patamar baixo.

2019 melhor?

Para analistas, é difícil dizer o que esperar sobre os IPOs em 2019. É unanimidade, no entanto, que o resultado das eleições deve influenciar os números.

“Se um candidato mais alinhado com o mercado ganhar, a tendência é que a bolsa volte a ter estabilidade para que aconteçam novos IPOs”, diz Reis.



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