RELEASES EMPRESARIAIS

SEGUNDA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2017 - Horário 15:17

Jovens brasileiros apostam em seus sonhos, mas não abrem mão do Brasil
Tecnologia / Já não é de hoje que os mais brilhantes universitários brasileiros sonham em trilhar carreiras de sucesso em universidades do exterior. Com a crise econômica, que se iniciou em 2014, este sonho ganhou ainda mais adeptos. O lado bom é que nem todos – na verdade, apenas uma minoria – diz que não deseja mais retornar ao Brasil.

De volta para casa
Em 2014, João Pedro Hush Henkes, natural de Belo Horizonte (MG) e à época com 22 anos, formou-se em Engenharia Mecânica numa universidade pública brasileira. Após candidatar-se, conseguiu ser aceito para integrar uma das equipes de pesquisa da Stanford University, dos Estados Unidos, considerada a terceira melhor do mundo nessa área do conhecimento humano. "Vivi lá por dois anos e meio, adquiri muito conhecimento técnico e humano, mas não via a hora de retornar ao Brasil", confessa.

Compartilhar o que aprendeu
Matheus Tomoto, hoje com 26 anos de idade, é outro que trilhou carreira de sucesso na área da engenharia. Nascido em Sorocaba, interior do Estado de São Paulo, ele estudou em escolas públicas até chegar à faculdade. Seu sonho era ser aceito por uma universidade norte-americana. Após graduar-se, aprendeu a dominar o idioma inglês sozinho (por três meses, estudou 16 horas por dia, ininterruptamente) e foi aprovado no Toefl. Enviou seu currículo para diversas universidades dos Estados Unidos. Vinte delas, dentre as quais as dez principais, enviaram convites para integrar seus times de pesquisadores. Primeiro ele foi para a MIT, em 2014, e agora acabou de retornar de Harvard. "A NASA também me procurou, mas por afinidade não aceitei", conta ele em uma entrevista que pode ser assistida em https://goo.gl/2WaqR9. No Brasil, ele criou o programa Inspirando Jovens de Sucesso, que já tem milhares de seguidores nas redes sociais e onde compartilha as lições que aprendeu em sua precoce carreira acadêmica.

Backgrounds financeiros
O campineiro Marco Cauduro, 31, formado em Engenharia de Computação pela Unicamp (SP), já contava em seu currículo com um mestrado técnico na Itália e uma carreira em negócios no Brasil e no Chile. Porém, o que para muitos já seriam grandes conquistas, para ele ainda não era o suficiente. "Percebi que me faltavam backgrounds financeiros e econômicos, então decidi desenvolvê-los no país mais conhecido no mundo pelo desenvolvimento de negócios", conta. O brasileiro optou por morar em Hanover, em New Hampshire, para fazer MBA com foco em general management, na Tuck Business School at Dartmouth College.

O primeiro não a gente nunca mais esquece
Na parede da casa onde Larissa Maranhão morava em Maceió (AL) com seus pais há duas cartas da prestigiada Universidade Harvard, nos EUA, emolduradas na parede. Uma, datada de 2012, é de rejeição. Ela não fora aceita pela universidade que tanto sonhara e para a qual se dedicou por anos. Ao lado dessa carta, está outra, de 2013, parabenizando-a pela aprovação para o curso de graduação da instituição.
"E eu nunca viveria todas essas incríveis experiências se tivesse me acomodado com aquele primeiro "não"", afirma.
"Honestamente, não sei qual das duas cartas foi mais importante para mim. Fracasso é oportunidade de aprender", diz ela. "Fiquei lendo e relendo, passei o dia e a noite olhando para a parede. "O que vou fazer agora?"", diz. O que ela fez foi tentar de novo, trancar o curso na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para se dedicar mais um ano ao processo de candidatura (application) de Harvard. Melhorou a nota no SAT, fez intercâmbio voluntário, refez redações e se envolveu em atividades extracurriculares diversas para mostrar à universidade que, desta vez, estava pronta. E deu certo.
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