RELEASES EMPRESARIAIS

QUARTA-FEIRA, 24 DE MAIO DE 2017 - Horário 17:04

Pilares da alta produtividade: como produzir mais sem alterar a área de plantio?
Agricultura / A grande salvação para a economia brasileira - é assim que o setor agropecuário é encarado. Com estimativa de crescimento de 2%, de acordo com dados da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio, que representa um quarto do PIB nacional, tem apresentado desempenho três vezes melhor do que o de outros setores.

Diante de tamanha responsabilidade, uma questão preocupa o produtor rural: como garantir a alta produtividade no agronegócio? Como fazer com que uma fazenda produza mais e tenha mais retorno financeiro, otimizando os recursos e sem alterar a área da lavoura?

Embora a questão seja complexa, três pilares se destacam nesse desafio: a eficiência nos procedimentos, que devem observar as especificidades de cada cultivo; o investimento em tecnologia , equipamentos e materiais; e os recursos humanos, que viabilizem o gerenciamento inteligente dos sistemas.
Para o engenheiro agrônomo Marihus Altoé Baldotto, professor permanente da Universidade Federal de Viçosa (UFV), com licenciatura plena em Química e pós-doutorado em Solos e Nutrição de Plantas, o aumento da produtividade no agronegócio reduz a demanda por novas áreas de plantio a partir da melhor gestão dos fatores de produção, melhorando a relação custo/benefício dos recursos naturais e preservando florestas.

ESPECIFICIDADES DE CADA CULTIVO

Baldotto defende que, quando se fala em alta produtividade no agronegócio, é imprescindível o levantamento, descrição, classificação e mapeamento dos solos , para que os processos sejam adequados às suas capacidades de uso e aptidão agrícola.

Guilherme Gouveia de Oliveira, engenheiro agrônomo e supervisor agrícola da Agrodoce, concorda. "É fundamental conhecer a planta e alocá-la no solo e ambiente recomendados, trabalhando para que ela atinja, a cada nova safra, produtividades mais expressivas", diz.

Baldotto explica que cultivos implantados em solos profundos, com capacidade de retenção de umidade equilibrada, boa aeração (renovação do ar) e sem outras limitações para a sua nutrição tendem a apresentar produtividade mais elevada. "Com essas qualidades ambientais, associadas ao manejo adequado e tratos culturais, os genótipos desenvolvidos pelo melhoramento genético, um dos aliados da alta produtividade, podem expressar suas características fenotípicas desejáveis", argumenta.

No entanto, as aptidões dificilmente são encontradas em um solo ao mesmo tempo, demandando investimentos, cuidado e um corpo técnico maduro para conduzir as intervenções nos argissolos e latossolos, tipos predominantes na fronteira agrícola brasileira, especialmente nas áreas produtoras de cana.

"O preparo ideal do solo é aquele que otimiza os atributos químicos, físicos e biológicos inter-relacionados", elucida, ressaltando que a "fertilidade do solo também depende do ecossistema em que ele se insere".

O especialista da UFV lembra, ainda, que manter o agronegócio competitivo significa evoluir para patamares mais sustentáveis de produtividade, sendo a reciclagem a nova realidade para a produção dos insumos agropecuários. "Um salto qualitativo para minimizar o uso de recursos naturais não renováveis e a destinação inadequada de rejeitos", completa.

INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA

Baldotto afirma que dentre os fatores de produção agropecuária, atualmente torna-se fundamental a preocupação com a geração de tecnologia para aumento da produtividade, ou seja, para a continuação da evolução da produção, sem o aumento de área plantada, visando garantir incremento na geração de bens alimentícios com sustentabilidade.

Para o engenheiro agrônomo da Agrodoce, o investimento em tecnologia é um dos passos mais certeiros rumo à produtividade. É por meio da tecnologia que se combate com assertividade pragas, doenças e ervas daninhas - ameaças que podem derrubar o desempenho de uma propriedade. Por isso, ele investe em tecnologia de ponta no monitoramento e controle das ameaças.

"Todos os monitoramentos são feitos a partir de plataforma tecnológica específica. Abolimos as fichas de campo e os papéis, passamos a utilizar tablets. Assim, ganhamos em agilidade e facilidade de enxergar onde estão os problemas de fato", afirma o supervisor agrícola.

RECURSOS HUMANOS PARA ALAVANCAR A PRODUÇÃO

Guilherme chama atenção para o fato de que os recursos humanos de um agronegócio são decisivos para a produtividade da lavoura. "Os membros da equipe são os olhos dos gestores no campo, são sensores. Se o sensor não estiver bem calibrado e treinado, pode ocorrer discrepâncias no monitoramento, seja de pragas ou plantas daninhas. Assim, os dados coletados serão superestimados ou subestimados, e o que realmente está acontecendo no campo será uma incógnita", nota.

Por isso, ele acredita que treinamentos técnicos, palestras, reuniões e estabelecimento de manuais são essenciais para garantir bons resultados no campo. Com investimento em pessoas e em um sistema de monitoramento que fornece condições de precisão e agilidade nas ações estratégicas da Agrodoce, o canavial viu crescer sua produtividade . "Com a sinergia entre o sistema e a equipe, estamos alcançando surpreendente eficiência e rapidez na informação", finaliza Guilherme.

Para mais notícias relacionadas ao agronegócio acesse: Blog Por Dentro do Agro .
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