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SEXTA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 2016 - Horário 10:37

Ruxolitinib: um novo medicamento para a cura da calvície?
Dermatologia / Em 2014, ao revelar os seus efeitos promissores para a cura da calvície, um novo medicamento ganhou ampla divulgação nos diversos meios de comunicação: o Ruxolitinib.

Foi em 2012 que os pesquisadores norte-americanos iniciaram os estudos a respeito do Ruxolitinib, originalmente indicado para o tratamento da mielofibrose. Provocada por um desenvolvimento celular anormal na medula óssea, a mielofibrose é um tipo de câncer de sangue muito específico, e os testes realizados com o Ruxolitinib apresentaram resultados satisfatórios no alívio dos sintomas dessa enfermidade e na melhora da qualidade de vida dos pacientes.

Já em 2014, outra pesquisa desenvolvida por uma equipe de pesquisadores americanos da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, apontaria para uma segunda possibilidade de atuação do Ruxolitinib, desta vez voltada ao tratamento da alopecia areata.

Caracterizada pela repentina queda de cabelo, a alopecia areata é uma doença considerada autoimune na qual o próprio sistema imunológico ataca os folículos capilares, e os estudos empreendidos por esses pesquisadores vêm atestando a eficácia do Ruxolitinib em promover o novo crescimento dos fios nas áreas já afetadas por esse problema.

Portanto, é importante ressaltar que, até o momento, a ação do Ruxolitinib só foi efetiva na reversão da alopecia areata em alguns casos isolados. Segundo a conclusão registrada pelos próprios autores da pesquisa, não houve êxito no uso do medicamento em casos de calvície desencadeados por fatores hormonais.

Qual o mecanismo de ação do Ruxolitinib e como tratar a alopecia areata?

De acordo com os resultados demonstrados a partir dos testes clínicos aplicados em camundongos, o Ruxolitinib seria capaz de bloquear a via imunológica responsável pelo ataque do sistema imunológico aos folículos capilares, revertendo, assim, o quadro de acentuada queda de cabelo característico da alopecia areata.

Já os testes realizados em seres humanos contaram apenas com um grupo bastante reduzido de pacientes, no qual três homens – que apresentavam pelo menos 1/3 do couro cabeludo já comprometido pela calvície – observaram o crescimento completo dos fios.

De acordo com os pesquisadores, a ingestão diária de 2 comprimidos de Ruxolitinib ao longo de cinco meses teria promovido um crescimento significativo dos fios de cabelo que esses pacientes haviam perdido em decorrência da alopecia areata.

Contudo, apesar dos efeitos parecerem promissores, os cientistas ainda não podem autorizar a indicação da substância em clínicas de Dermatologia e Tricologia. Isto porque, para que o remédio venha a ser indicado no tratamento da alopecia areata, será necessária a aplicação de novos testes em um número maior de pacientes, validando não apenas a consistência dos resultados, como também os riscos e efeitos colaterais associados à ingestão do Ruxolitinib.

Portanto, a venda livre do Ruxolitinib não é realizada por farmácias, exceto se o interessado for portador da mielofibrose e possuir uma receita médica da substância, que deverá ser formulada pelo seu oncologista. Já para aqueles que têm interesse em tratamentos para a calvície autoimune, a recomendação é procurar uma clínica especializada no assunto e consultar o quanto antes o especialista da área.
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