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QUINTA-FEIRA, 1 DE AGOSTO DE 2019 - Horário 15:14

A busca pelo “chip da beleza” como uma tecnopolítica do corpo
Estilo de Vida /

O implante hormonal não é um termo novo na medicina, mas nos últimos anos o tratamento voltou a ser pauta de discussões por conta de sua crescente adesão por pacientes com perfis diversos e que têm publicizado efeitos que vão além daqueles que figuram como seus objetivos primários, a exemplo de reposição hormonal na menopausa, tratamento de doenças ginecológicas, contracepção e distúrbios endócrinos e metabólicos diversos. O que tem se destacado mais do que a eficácia dos implantes em tratar a endometriose, a TPM, servir de método anticoncepcional, a queda hormonal e outros males são os efeitos positivos secundários que os adeptos começaram a perceber durante o tratamento, especialmente os benefícios estéticos, o que fez com que o implante hormonal fosse apelidado de “Chip da Beleza”.

A crescente procura pelos implantes hormonais, por parte de mulheres cada vez mais jovens, e o aumento no interesse desse grupo em compreender as questões hormonais logo cedo, como não era comum de ocorrer, tem levado a comunidade médica a refletir sobre como transformar uma motivação primária movida pela estética em uma prática de conscientização, tendo como base o conceito das tecnopolíticas do corpo. Para o Dr. Aldo Grisi, especialista em Endocrinologia e Metabologia e pós-graduando em Nutrologia pelo Hospital Albert Einstein, esse crescimento pela busca do implante hormonal, ainda que por motivações avessas ao propósito do tratamento, é positivo, porque enseja novas formas de orientação a esse público.

Para o médico, “o nome que a mídia deu ao implante, de ‘Chip da Beleza’, traz muitas mulheres de idades diversas para o consultório, ávidas primeiramente por informação a respeito dos efeitos secundários do tratamento do chip e das possibilidades de implantação. Para mim, importa o que há por trás dessa curiosidade, que é, primeiramente, a busca por informação através de fontes seguras, já que elas procuram diretamente um profissional e também o desejo de compreender como a atenção à saúde do sistema endócrino e a preservação da sua integridade e bom funcionamento por meio de uma vida saudável pode também viabilizar benefícios estéticos e longevidade saudável. Através dos exames e da avaliação clínica, como também pela anamnese dos problemas relatados pela paciente, indica-se ou não o implante para resolver um problema para o qual ele é, de fato, indicado.”

A apropriação de conhecimento tecnológico para a gerência da saúde o entendimento do próprio corpo está alinhado ao que se considera uma tecnopolítica do corpo, que é quando o conhecimento técnico assume um papel mediocêntrico em um debate no qual está focalizado um direito básico, que é o direito ao corpo, considerando aqui o conceito de mediação cultural de Martin-Barbero (2000). Da jovem que busca compreender a TPM e estudar novos métodos contraceptivos à mulher madura em plena procura por meios de enfrentar a menopausa e as consequências da queda dos níveis de hormônios, observa-se a busca pela autonomia e gerência do corpo de maneira responsável, via acompanhamento profissional.

Ainda segundo o Dr. Aldo Grisi, “todo o processo que antecede a implantação hormonal faz com que pacientes continuem buscando métodos de viabilizar longevidade e a manutenção da qualidade de vida. Pelo acompanhamento dos casos, é comum observar que, uma vez tratado o problema para o qual o implante foi indicado, a ideia de que ele pode trazer mais benefícios proporciona o aumento do número de pacientes que fazem a adesão a uma rotina de vida saudável, com alimentação balanceada e exercícios físicos, como também recorrem acompanhamento multiprofissional com nutricionistas, psicólogos e outros especialistas. Com o tempo, o implante se torna algo secundário na promoção da sua saúde e bem-estar, uma vez que os pacientes se apropriaram de conhecimentos e práticas que lhes dão autonomia e gerência sobre o próprio corpo.”

Em termos de pesquisa, os implantes hormonais são encarados ainda com cautela por boa parte da comunidade médica, afinal, seus estudos começaram na década de 60, pouco tempo se comparados a outras técnicas já referendadas e amplamente estudadas por diversas correntes científicas, mas tudo indica que este recorte também deverá ser levado em conta em alguns estudos, sobre como uma geração expressiva saiu à procura da beleza e encontrou saúde, qualidade de vida e longevidade.



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