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QUINTA-FEIRA, 18 DE ABRIL DE 2019 - Horário 12:33

Plataforma de previsões estima final de Game of Thrones como bolsa de valores de eventos futuros
Arte e Entretenimento /

Apesar da enorme popularidade da série de TV Game of Thrones (seu episódio mais recente, exibido no último domingo no Brasil pela HBO, alcançou a marca de 17.4 milhões de espectadores apenas na primeira hora de exibição), pouco ou nada se sabe sobre seu verdadeiro desfecho. É natural, portanto, que surjam iniciativas variadas, de bolões a artigos de especialistas, criando todo tipo de previsão para o final do show.

Entre as iniciativas menos tradicionais, destaca-se a plataforma social de previsões Futuur, que lançou este mês uma competição para prever os eventos da temporada final de Game of Thrones. Serão oferecidos gift cards de até 100 dólares para os usuários que acumularem mais pontos com suas previsões — de "quem vai sentar no Trono de Ferro" a se "Hodor reaparecerá como morto vivo" — numa tentativa de aproximar a conhecida dinâmica de bolões e o funcionamento de um Mercado de Previsões ("prediction markets", em inglês).

Ao contrário de bolões, em mercados de previsão os participantes podem atualizar seus palpites em tempo real, a depender de como perceberem que novas informações (entrevistas com elenco, acontecimentos do episódio anterior, ou mesmo vazamentos da equipe) possam afetar as chances de cada um dos 76 eventos listados ocorrer. Para que as mudanças nas percepções individuais sejam refletidas na previsão final, a plataforma agrega os palpites de todos os participantes a fim de gerar estimativas atualizadas com base na inteligência coletiva. Quanto maior o volume de engajamento, portanto, maior se espera que seja a confiabilidade dessas previsões.

Uma novidade no mercado

Na prática, o que plataformas como o Futuur estão fazendo é aproximar o ato de realizar previsões sobre variados assuntos à dinâmica de uma bolsa de valores, onde ao invés de avaliar a probabilidade de sucesso de uma empresa, os participantes avaliam e cotam coletivamente a probabilidade de um determinado resultado acontecer. Poderia a entrada no mercado brasileiro de empresas como o Futuur representar uma mudança na maneira como se realizam previsões no país? Há espaço para que essa dinâmica seja absorvida pelo mercado?

De acordo com o levantamento de 1º de janeiro, apenas 0.29% dos brasileiros investem em bolsa (cerca de 600.000 pessoas), contra quase 65% da população americana. Analogamente, mercados de previsão ainda em processo de desenvolvimento fora do país — como Augur e Gnosis — chegaram a alcançar avaliação de mercado da ordem de centenas de milhões de dólares, sem qualquer dedicação ao mercado brasileiro. A escolha de um tema mais popular e transversal como Game of Thrones faz sentido, portanto, do ponto de vista de quem quer popularizar um conceito ainda pouco conhecido do público nacional, numa estratégia que deve conter também: 1) a introdução de elementos gamificados e competições, 2) a fácil distribuição em dispositivos móveis, 3) a disponibilização em português, e 4) a diversificação dos temas abordados para atrair usuários de áreas não ligadas ao mercado financeiro.

“O Futuur foi projetado para ser rápido, divertido e social", diz o fundador e CEO da empresa, Tom Bennett. "O objetivo é gerar mais previsões e, como resultado, criar estimativas mais precisas e aprofundadas sobre a maior gama possível de temas".  Para além do período de exibição da série, portanto, a empresa vai se apresentar também como alternativa aos levantamentos de institutos de pesquisa ou análises de especialistas isolados em áreas que vão da política aos esportes, passando por ciências e finanças, e tem obtido índices significativos de acerto até aqui.

Durante as eleições americanas, por exemplo, o Futuur igualou a performance de FiveThirtyEight e PredictIt, dois dos serviços de previsão melhor posicionados no mundo, a partir de 3.700 previsões a respeito de 106 corridas. Nas eleições brasileiras, o engajamento foi ainda maior: cerca de 11.000 previsões cobrindo mais de 200 disputas. A empresa espera repetir o desempenho em outros grandes eventos futuros, das eleições de 2020 à estreia de Vingadores: Ultimato no próximo dia 25 de abril. Resta observar se as previsões da empresa para si mesma serão tão precisas quanto a de seus usuários.

Como funciona

Ao criar uma conta gratuita no Futuur, os participantes iniciam suas jornadas com 1000 Ooms (ø) — a moeda fictícia do jogo, que pode ser utilizada para fazer apostas em eventos futuros. Cada resultado potencial tem um preço, que varia de 0ø a 1ø, e representa a chance percentual de que aquele resultado ocorra, de acordo com a comunidade de jogadores.

As previsões são feitas através da compra de ações de um dos resultados possíveis, ao preço indicado. Se o resultado previsto ocorrer, o jogador recebe 1ø por cada ação adquirida, enquanto aqueles que haviam previsto resultados diferentes perdem suas apostas.

Conforme os jogadores competem entre si, os preços sobem ou descem, resultando numa atualização contínua da previsão, agregada a partir de diferentes perspectivas.

Por enquanto, nenhum dinheiro de verdade está envolvido no Futuur — apenas o capital social e o direito de se gabar estão em jogo, na tentativa de manter a dinâmica simples e acessível.

Além de previsões em Política e Entretenimento, a plataforma cobre mais de mil eventos nas áreas de Finanças, Esportes e Ciência. Seu aplicativo pode ser baixado em português no Google Play, na iOS App Store, ou na web em futuur.com. Mais informações podem ser encontradas em sua página de How It Works, ou em seu vídeo introdutório.

 



Website: https://futuur.com/?lg=pt-br
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