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SEGUNDA-FEIRA, 21 DE JANEIRO DE 2019 - Horário 18:42

Mitos e verdades sobre os testes caseiros de gravidez
Geral / É uma situação importante para a mulher, em um momento específico e delicado de sua vida, saber se SIM ou NÃO em relação a gravidez. Ela pode estar aguardando ansiosamente e de forma intensa, com suas emoções à flor da pele, cada uma destas opções e este momento de resposta tem evoluído bastante através dos tempos. É até engraçado pensar como era na década de 60, quando se usava testar a urina da mulher através de uma injeção aplicada por via subcutânea num sapo macho.

Aguardava-se um tempo e se verificava a presença de espermatozoides na bexiga deste macho, o que comprovava a gestação. Uau! E, vamos imaginar que este foi um grande passo, pois anteriormente os testes em coelhas, por exemplo, terminavam com o seu abate para definir o resultado.

Na verdade, já se tinha a noção clara de que na mulher grávida pode ser detectado "algo" que se cristalizou como um hormônio chamado de HCG ou Hormônio Gonadotrófico Coriônico, produzido inicialmente por células do embrião que aumenta de forma impressionante a partir da fixação dele no útero ( chamada de implantação) e posteriormente pela função da placenta, que vai cuidar das trocas entre o bebê e o organismo materno. Este hormônio é eliminado pela urina, o que rapidamente se mostrou uma forma eficaz e precoce de acesso a esta identificação de gravidez.

A gonadotrofina coriônica humana na sua fração camada de "beta", o ß-hCG, é quimicamente uma glicoproteína que pode ser detectado no sangue e urina e que aumenta rapidamente, ultrapassando 100 mUI / ml no primeiro período de atraso menstrual e atingindo um pico de 100.000-200.000 mIU / ml em torno de 10-12 semanas de gravidez.

A partir dos anos 70 as técnicas evoluíram muito, o que permite detecção de níveis quando de 6 a 8 dias após a chegada do embrião no útero, que equivale até 4 dias antes de uma falha da menstruação ou 12 dias a partir da colocação de um embrião chamado de blastocisto, nas fertilizações in vitro.

As detecções na urina hoje podem ser realizadas por uma mulher em sua própria casa, com testes preparados para detectar o hormônio, seja através de tirinhas que mudam de cor ou mesmo canetinhas com visores que podem inclusive definir o tempo de gravidez em semanas, a partir da implantação. É aonde entram também a utilização destas técnicas chamadas "caseiras", aparentemente uma variedade de procedimentos na urina, seja com vinho, vinagre ou álcool mesmo, com agulha que pode mudar de cor, com fervura de urina, etc.


São tidas como novidades nas Redes Sociais, mas estão descritas desde há muito tempo, quando a questão era mesmo esperar a barriga crescer, para que viesse a certeza da gravidez. Desde o Egito antigo, passando pela Idade Média e até a metade do século 20, era o que se tinha e que se tentava definir a gravidez pela cor da urina, odor, ou mudanças na fervura da urina, ou na adição de vinho (prática que evoluiu para o uso de vinagre, ou mesmo álcool, em alguns relatos).

De certo, essas situações podem sugerir algumas mudanças na urina como resultado da interação de algum desses produtos no organismo da mulher, amplificado pela gravidez. Poderia mesmo corresponder a alguma precipitação de proteínas ou interação com microorganismos, mas o fato é que não há qualquer comprovação científica ou segurança no diagnóstico. Há muitas falhas, portanto e que não resultaram em testes validados e seguros para uma prática corrente.

Ainda hoje, mesmo o teste positivo não é suficiente para atestar uma gestação que vá evoluir normalmente. O próprio exame de sangue pode ser mal interpretado, tal o nível de emoções presente. Portanto, a melhor sinalização é o atraso menstrual, para uma mulher que não está utilizando métodos anticonceptivos e tem um ciclo regular, configurada uma exposição de risco para gravidez. Nestes casos um dia de atraso resulta numa muito boa expectativa de um teste de urina comercial. No caso dos tratamentos de reprodução assistida, no dia indicado por seu médico. Claro, contar também com os sintomas clínicos como náusea, vômitos, sonolência, dores nas mamas, etc.

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