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TERÇA-FEIRA, 6 DE NOVEMBRO DE 2018 - Horário 17:45

Brasil despenca quase 50 posições no ranking mundial de solidariedade e o mundo está doando menos dinheiro segundo IDIS
Negócio / O Brasil teve o pior desempenho já registrado no World Giving Index. O país saiu da posição de número 75 e foi para o 122ºlugar no ranking geral, que apresenta 146 países.

Conhecido como ranking global de solidariedade, o levantamento é medido pela CAF - Charities Aid Foundation - instituição com sede no Reino Unido, e que no Brasil é representada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, o IDIS. Este ano, foram entrevistadas mais de 150 mil pessoas em 146 países.

O levantamento registra o número de pessoas que, no mês anterior à consulta, doaram dinheiro para uma organização da sociedade civil, ajudaram um estranho ou fizeram trabalho voluntário.

Os níveis de doação no Brasil caíram drasticamente em 2017, de 21% para 14%. Essa queda levou o Brasil a ocupar a posição 122 em um ranking de 146 países.

O auxílio a desconhecidos foi a única modalidade que não chegou ao patamar mais baixo. É a atitude mais adotada pelos brasileiros em 2017, chegando a 43% da população.

Para a diretora presidente do IDIS, Paula Fabiani, a recessão econômica dos últimos anos fortaleceu o individualismo na sociedade, fazendo com que as pessoas se preocupem mais em se proteger, deixando um pouco de lado os comportamentos solidários.

"O relatório mostra que voltamos a níveis muito baixos de solidariedade, ao contrário dos últimos dois anos, quando cresceu a proporção de pessoas que ajudaram um estranho, fizeram trabalho voluntário ou doaram dinheiro. Isso indica que ainda não temos uma cultura de doação madura e estabelecida", explica Paula.


Na América Latina o Brasil foi o país pior colocado no WGI, perdendo até para a Venezuela. "Esse cenário revela que a criação dos fundos patrimoniais e a campanha por uma cultura de doação são mais importantes do que nunca no ambiente de recuo que vimos neste ano", afirma a presidente do IDIS.

MUNDO

Em 2018, o World Giving Index trouxe mudanças significativas da solidariedade no mundo. Myanmar, que nos últimos anos se mantinha em primeiro lugar, caiu para 9º. O país líder do ranking, pela primeira vez, foi a Indonésia.

Cresceu significativamente o número de pessoas ao redor do mundo que ajudaram um estranho e doaram seu tempo, mas diminuiu a proporção daqueles que doaram dinheiro, segundo o WGI.

O ranking mostra que 42 países reduziram a doação em dinheiro em 3 pontos percentuais e outros diminuíram ainda mais.
Japão e Tailândia, por exemplo, registraram queda de 14 pontos percentuais. A tendência geral na redução de doações em dinheiro foi impulsionada pela queda acentuada nos países em desenvolvimento.

John Low, executivo chefe da CAF, lamenta: " Pelo segundo ano consecutivo, vimos um declínio na proporção de pessoas que doaram dinheiro por uma boa causa. Isso deve ser um alerta para toda a sociedade civil de que a solidariedade deve ser uma ação contínua e de que o jogo não está ganho".





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