RELEASES EMPRESARIAIS

QUARTA-FEIRA, 7 DE NOVEMBRO DE 2018 - Horário 10:16

As principais causas do sucesso no empreendedorismo no Brasil
Economia /

O sonho do jovem brasileiro ao entrar no mercado de trabalho está mudando — se até há pouco tempo atrás ele se resumia em construir uma carreira sólida em uma empresa privada ou pública, hoje em dia, é se tornar um empreendedor. Tal mudança aparece na pesquisa feita pelo Sebrae em parceria com IBPQ, divulgada no relatório executivo Global Entrepreneurship (GEM 2017), que revelou o novo perfil empreendedor no país.

Em 2017, o número de empreendedores entre 28 e 34 anos cresceu de 50% para 57% — um crescimento significativo — são mais 15,7 milhões de jovens querendo abrir o seu próprio negócio ou já no início de suas atividades. Ainda segundo o estudo, 30,5% dos jovens entre 24 e 34 anos estão tentando criar um negócio ou já têm um em estágio inicial (até 3 anos e meio de vida). Os números também são expressivos quando se referem a jovens entre 18 e 24 anos20,3% são empreendedores ou estão envolvidos com a construção de um novo negócio.

No entanto, o crescimento de empreendedores no Brasil se deve também a necessidade de buscar alternativas em momentos de crise. Segundo o Sebrae, 11,1 milhões de empresas foram criadas dentro desse contexto nos últimos 3,5 anos no país — período em que muitos brasileiros perderam o emprego e viram no empreendedorismo a solução para buscar novas oportunidades e retornar ao mercado de trabalho.     

Embora o número de empreendedores no país esteja aumentando significativamente — a taxa total de empreendedorismo (TTE) foi de 36,4%, quase 50 milhões de pessoas empreendendo no Brasil — o sucesso do negócio está relacionado a diferentes fatores. Segundo dados da pesquisa "perfil do jovem empreendedor brasileiro" realizada pela CONAJE (Confederação Nacional de Jovens Empresários) — as principais causas do sucesso do empreendedor são atribuídas a diferenciação do produto ou serviço que oferecem e ao comportamento do empreendedor (40%).

Apostar na diferenciação do produto é uma estratégia adotada por muitas empresas, mas o conselho de grandes empreendedores, como Abílio Diniz, para quem quer implementar uma ideia de negócio é, antes de mais nada, conhecer o cliente e checar se o seu produto ou serviço atende alguma necessidade. Segundo ele, "a pergunta que se faz na abertura de um empreendimento é se existe cliente, consumidor para o que você quer entregar. A razão de existir de um empreendimento são os clientes, em termos de produtos e serviços."

Nesse sentido, Carolina Augusta, empreendedora, investidora Anjo e Cofundadora da Boomit — plataforma de treinamentos e mentorias para empreendedores, que já impactou mais de 13.000 pessoas — nos diz que: "ao abrir um negócio, ele tem 60% de chance quebrar e 30% de não crescer, basicamente por não atender a uma necessidade real ou pelo fato do empreendedor não utilizar métodos de gestão eficazes." Além disso, "50% das empresas criam serviços ou produtos que ninguém quer, ou seja, que não atendem a uma necessidade real do mercado."

Nesse sentido, aponta um passo a passo para a construção de um negócio, que consiste em três etapas:

  1. checar as necessidades;
  2. realizar um estudo exploratório;
  3. validar as hipóteses.

Segundo Carolina, "o primeiro passo é checar, através de pesquisas, se existe uma demanda para o seu produto ou serviço. O estudo exploratório tem como objetivo elencar as hipóteses de possíveis problemas do seu segmento, que nada são além de suposições. Para realizá-lo são utilizadas técnicas específicas. Depois disso, é hora de entender se suas hipóteses serão validadas ou não, se aquilo que você imaginava no início do percurso faz, de fato, sentido."

Em relação ao comportamento do empreendedor Carolina cita 3 competências básicas: "adaptabilidade ou a capacidade de mudar os rumos do seu negócio de acordo com as necessidades e demandas dos clientes e mercado; constância ou capacidade de execução — cumprir metas, saber gerir seu tempo, entre outras habilidades que requerem esforço contínuo, diário e constante e humildade — estar disposto a aprender sempre e nunca estar satisfeito, ter mentores e estar aberto a novas ideias".

Para concluir, Carolina lembra aos empreendedores da importância de buscar orientação com profissionais que são referências no seu segmento, pois "contar com o direcionamento e a consistência de mentores no empreendedorismo— pessoas que já passaram pelo caminho que você está passando —  faz com que muitos erros sejam evitados e dá velocidade ao processo".



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