RELEASES EMPRESARIAIS

QUINTA-FEIRA, 25 DE OUTUBRO DE 2018 - Horário 18:36

Trabalhar em agência de Marketing Digital é ruim?
Propaganda e Marketing / Trabalho demais e salário de menos. Lideranças despreparadas, machistas, egocêntricas e que privilegiam "panelinhas". Assédio moral e sexual. Falta de transparência. Pouca preocupação com os funcionários, especialmente quanto à sua saúde mental. Para amenizar, algumas frutas e um suposto clima de descontração. Esses são alguns dos apontamentos feitos na versão original e 2.0 da planilha "Como é trabalhar aí?", ação que escancarou o mercado de agências brasileiras em 2016 e 2018. No entanto, embora parte significativa das avalições tenha sido negativas, algumas iniciativas têm mostrado que ainda há boas experiências no mercado de marketing digital.

Esse relato dos empregados que trabalham ou trabalhavam em agências de comunicação teve o seu primeiro balanço divulgado em 2016 por iniciativa de Caio Andrade, publicitário com especialização em mídias digitais que criou o documento com o objetivo de ajudar o amigo Bernardo Sande a decidir onde procurar um estágio. Para isso ele criou uma planilha na qual era possível deixar um depoimento de maneira anônima. O resultado foi revelador e assustador em seus quase 500 comentários.

Expandindo esse debate, a versão 2.0 criada em 2018 pela doutoranda Isabel Lopes reuniu 2.153 depoimentos que citaram 756 empregadores. O resultado, mais uma vez, foi estrondoso. No entanto, apesar dos comentários negativos, o documento que contou com uma análise feita por Arthur Cruz também traz apontamentos sobre bons ambientes, colaboração e até declarações de que aqueles seriam os melhores lugares para se trabalhar.

Se nem tudo são flores, nem tudo são horrores
Visão semelhante a esses comentários positivos é o que trazem os colaboradores da WX, agência de marketing digital de Curitiba que apresenta suas primeiras impressões logo na entrevista. "Foi bem humana. Senti que foi algo de igual para igual. Logo de cara me senti acolhido", diz o designer Thalles Briese.

Atuando na empresa desde 2016, o ex-estagiário e hoje contratado revela que o sentimento inicial se confirmou ao longo do tempo. "Me sinto à vontade de ser quem eu sou", declara.
Sem nenhum comentário em nenhuma das polêmicas planilhas, a Agência WX recentemente teve uma confirmação externa de que realmente é um bom lugar para se trabalhar. Isso porque a organização recebeu a certificação do Great Place To Work, consultoria criada em 1991 em São Francisco (Califórnia) e com escritórios afiliados em 59 países.

No processo de certificação os funcionários da Agência WX mostraram uma taxa de satisfação de 91%, índice acima da média nacional (85%). Avaliando a percepção dos respondentes de maneira anônima, a certificação do GPTW mostrou que entre os principais pontos fortes da empresa estão a credibilidade ao mostrar que os líderes deixam claras as suas expectativas e dão respostas diretas quando perguntados sobre algo. Além disso, outro fator relevante é o respeito dos líderes, que enxergam os colaboradores como pessoa e não somente como empregado. Além disso, a imparcialidade é outro ponto forte apontado pela pesquisa.

Sobre essas questões, o CEO Fillipe Neyl, que fundou o empreendimento há 14 anos, afirma que a construção de um ambiente positivo se dá até nas coisas mais simples: "Sempre quis oferecer um bom ambiente e isso vem desde os equipamentos que os colaboradores precisam para trabalhar, como uma cadeira confortável, até no quesito gestão, oferecendo cursos e participação em eventos, metodologia de trabalho organizada e desburocratizada, bem como um feedback recorrente entre colaborador e diretor".

Esse aspecto relatado por Neyl, inclusive, é outro ponto positivo presente no relatório do GPTW. No documento os respondentes dizem sentir que fazem a diferença e que são bem-vindos no local, além de existir um sentimento de equipe e família.

A analista de marketing digital Mariana Taques, colaboradora na empresa há quase três anos, corrobora o que diz a pesquisa: "A minha primeira impressão foi a de ter sido muito bem recebida. Me senti acolhida e isso para mim é fundamental".

A receptividade, segundo Mariana, é um dos valores que passam de maneira natural e recíproca de um funcionário para outro.

Reflexo no trabalho
Esse sentimento de reciprocidade apontada pela pesquisa e pelos funcionários é uma questão que se reflete também profissionalmente de acordo com Thalles: "Nas dificuldades do dia a dia todos estão dispostos a te ajudar".

Além disso, segundo Mariana, a instituição que registra uma rotatividade pequena mostra que o crescimento se dá de maneira natural: "Se for resumir, o melhor aspecto de trabalhar aqui é esse crescimento pessoal e profissional. Para mim todo dia é um aprendizado".
Já para a jornalista Evelise Muncinelli esse clima interno também transborda: "Os clientes percebem quando algo é desenvolvido com atenção. Quando a gente faz o que gosta em um ambiente propício para isso, todo esse amor reflete no trabalho final".

Ao longo dos seus cinco anos de atuação, a gerente de sites diz que muita coisa mudou: "Quando eu comecei tínhamos uma equipe bem enxuta. Fomos crescendo, ampliando a equipe, mas o ambiente familiar se manteve. Aqui você não é mais um. Você é parte de uma equipe que dá sempre o seu melhor".

Esse desenvolvimento tende a ser ainda maior, já que a agência que realiza a criação de sites e a gestão de inbound marketing está expandindo as suas ações para os estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Com esse crescimento, crescem também os desafios, como declara Neyl: "Ainda tem muita coisa que a gente quer melhorar e, sem dúvida, manter esses valores conforme a empresa cresce é um dos maiores desafios".

Website: http://www.agenciawx.com.br
© 2014 Todos os direitos reservados a O Globo e Agência O Globo. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização.