Os entusiastas da boa forma de Palmas, Tocantins, formam um público empenhado, atento e exigente. Os números comprovam: segundo o Ministério da Saúde, os palmenses concentram as menores taxas de obesidade, excesso de peso e hipertensão entre as capitais do País, e também apresentam a segunda menor quantidade de diabéticos, enquanto uma pesquisa do Conselho Federal de Educação Física (Confef) concluiu que o estado tocantinense tem mais academias do que estados como Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais.

De acordo com os dados do Confef, Palmas concentra a maioria das academias. Nesse contexto de alta competitividade, diferenciais são uma necessidade, e, a julgar pela reação e participação popular, focar em nichos específicos de público, com metas definidas e alcançáveis, é a receita para o sucesso no momento.

Localizada justamente na capital tocantinense, a Femine Fitness Center, que oferece um ambiente de treino exclusivo para mulheres, é um exemplo de estabelecimento que tem lotado turmas, com direito a lista de espera em caso de desistência, com programas de objetivos direcionados para fins como o emagrecimento ou o ganho de massa muscular, ou hipertrofia, como é chamado esse processo entre especialistas e "ratos" - e também "ratas" - de academia.

Segundo empresária e proprietária da Femine, Cheila Naves, o público é composto por mulheres de 15 a 70 anos, das quais mais da metade são mães entre 30 a 45 anos que trabalham e buscam um lugar onde se sintam bem, sem abrir mão dos resultados. As alunas confirmam.

 “O fato de serem só mulheres, naturalmente, já nos deixa muito mais à vontade”, garante a aluna Natália Teixeira, de 20 anos. “No horário em que eu vou, sempre conversamos e trocamos ideias entre as alunas e as professoras. Eu não tive isso em nenhum outro ambiente de academia. Quando não consigo ir, sinto falta! Nunca imaginei que seria a pessoa que sentiria falta da academia”, confessa a aluna.

Compromisso e atenção individualizada

Os programas de hipertrofia e emagrecimento da Femine foram desenvolvidos pela instituição como empreitadas de suporte multidisciplinar, em parceria com a loja especializada em suplementação e alimentação natural Capital Fitness, a Farmácia Artesanal e profissionais de destaque na região como a nutricionista Bruna Portilho (Crn 10.243) e a biomédica Giorgia de Bortolli (Crbm 9470), entre outros especialistas.

A ideia, de acordo com a empreendedora Cheila Naves, que criou o conceito, é trabalhar com as alunas a partir de uma compreensão minuciosa e comprometimento mútuo com todas as etapas do processo de ganho de massa e aperfeiçoamento físico, diferente da abordagem generalista de estabelecimentos como os de crossfit, que costuma envolver o estímulo de músculos maiores, sem exercícios isolados ou personalizados para as necessidades específicas de cada indivíduo.

“A popularização das franquias de academias populares trouxe um acesso mais democrático, mas também uma certa pasteurização do ambiente de prática de atividades físicas, onde muitas vezes o cliente é só mais um a passar por ali”, afirma Cheila. “Eu apostei no cenário exatamente inverso para minhas clientes. Na Femine, elas querem voltar porque sentem que cuidamos delas”.

Para a aluna Georgete Maia, que é servidora pública, tem 48 anos e malha há bastante tempo, mas frequenta a Femine há menos de doze meses, a atenção personalizada faz toda a diferença, uma vez que, com o passar do tempo, fica mais difícil de manter e ganhar massa muscular quando o regime de treino encontra pouca variação por períodos estendidos.

“Quando você vai se acostumando com o treinamento, precisa procurar outros estímulos. Com o foco na hipertrofia, o acompanhamento da nutricionista, o incentivo das meninas da academia e as avaliações periódicas, que nos projetam sempre adiante, em menos de 25 dias eu saí de 29% para 25% de gordura e ganhei um quilo de massa muscular”, conta Georgete.