RELEASES EMPRESARIAIS

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE SETEMBRO DE 2018 - Horário 11:09

Como conciliar interesses em empresa familiar?
Negócio /

No Brasil, segundo dados do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) a maior parte das empresas existentes no Brasil são de gestão familiar. Elas representam nada menos do que 80% do total de instituições existentes.

Segundo a pesquisa Global de Empresas Familiares da PwC, em 2016, a mais recente, as empresas de gestão familiar representaram um crescimento de mais de 70% no mercado brasileiro. Porém, de acordo com o mesmo estudo, apenas 30% sobrevivem à segunda geração e somente 5 em cada 100 chegam à terceira.

Então, qual seria a fórmula para aumentar o tempo de vida dessas instituições? A profissionalização das famílias e das organizações é um dos caminhos a serem seguidos. Conciliar os interesses e minimizar os conflitos são outros importantes passos a serem dados.

Geralmente, quando a empresa está em sua fase inicial, o fundador acaba centralizando as tarefas e faz tudo para que o negócio se desenvolva. Na segunda ou terceira geração, a empresa passa a ter uma configuração diferente, inclusive com um número maior de sócios.

Nesse caso, é necessário que os familiares mais preparados ocupem os cargos mais estratégicos. Mas como identificar e conciliar essas posições?

O conselheiro “de fora”

Outro ponto apontado pela pesquisa já citada anteriormente é que as empresas familiares e mais antigas acabam tendo cargos não executivos preenchidos por profissionais que não integram a família. 

O estudo demostrou que 79% das empresas com faturamento superior a US$ 100 milhões têm conselheiros de fora da família, assim como 75% das empresas que chegaram, pelo menos, à quarta geração.

A figura dos conselheiros “de fora” das famílias são importantes para auxiliar na conciliação dos conflitos. E é justamente por meio de um conselho forte e experiente, capaz de dar opiniões independentes e objetivas, que uma empresa familiar pode conseguir a atingir a sua maturidade.

Se o conselho funcionar bem, pode inclusive, agregar valor às organizações. Os conselheiros devem auxiliar numa avaliação profissional sobre a movimentação financeira da instituição e também pode ajudar na moderação da divisão de patrimônio e dividendos. 

Com isso, pode ajudar a empresa não somente a sobreviver, bem como crescer. Também é importante que os conselheiros opinem sobre algumas decisões, mas que consigam entender a visão e os valores do negócio.  Além disso, o conselho deve atuar no planejamento estratégico da instituição.

Preparação dos sucessores

Uma vez que a maioria das empresas não sobrevivem à segunda ou terceira geração, um ponto importante é planejar a sucessão delas. Uma das prioridades das empresas familiares deve ser a profissionalização de seus herdeiros, tornando aptos a gerenciar ou levar o negócio adiante.

É imprescindível que essa preparação ocorra antes que seja necessária a presença do sucessor e que ocorra em um familiar que tenha interesse no negócio. Quando essa preparação for feita num indivíduo que não demonstre interesse, o risco do fracasso é muito alto.

Adotar um plano de sucessão também é importante. Não adianta adotar a imposição durante a transição de um processo sucessório. Ou seja, o pior modo é impor a um herdeiro desinteressado que assuma a gestão da organização. Isso acaba ocasionando conflitos que geralmente travam o desenvolvimento da empresa.

Durante um planejamento sucessório é importante o estabelecimento de regras claras de transição. Com estratégias bem definidas é possível que os herdeiros se preparem com tranquilidade para assumir o negócio e, assim, garantam a continuidade de seu sucesso e desenvolvimento.

O plano de sucessão pode ser dificultado pelas relações afetivas e emocionais que envolvem de maneira bem típica os negócios familiares. Mas deve ser tratado como prioridade em organizações desse tipo. É necessário pensar em quem vai administrar o negócio no futuro, se será alguém da família ou um profissional especializado, se há interesse em se criar uma holding, se a empresa será vendida, entre outras questões.

O ideal e pedir ajuda para pessoas de fora e que entendam especificamente do assunto. O processo sucessório fica mais eficiente quando é conduzido por um profissional especialista em sucessão, que pode ser das áreas de gestão, contabilidade e assessoria jurídica.

 

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