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QUARTA-FEIRA, 17 DE JANEIRO DE 2018 - Horário 15:53

Irmandade da Boa Morte e Culto de Babá Egum
Arte e Entretenimento / Na época do Brasil Colônia e mesmo depois de já ser um país independente, porém escravocrata, o Brasil foi marcado pelo surgimento das irmandades. Para cada categoria de pessoas havia uma irmandade diferente, como a dos ricos, a dos pobres, dos negros, dos brancos, dos músicos, entre outras. Só não havia irmandade de mulheres. Até que, em 1820, na cidade de Cachoeira, Bahia, um grupo de mulheres negras fundou a Irmandade da Boa Morte, que surgiu nas senzalas e tinha como objetivo alforriar os negros ou facilitar suas fugas.

Já o Baba Egum é um culto que começou a se desenvolver na Ilha de Itaparica, surgido das religiões afro-brasileiras. Neste grupo, os homens são os dirigentes e as mulheres possuem participação bastante limitada. O principal objetivo desse culto é tornar visíveis os espíritos dos ancestrais, agindo como um elo entre os vivos e seus antepassados.

O livro de Joanice Conceição

Joanice Conceição é Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense (UFF), possui Doutorado e Mestrado em Ciências Sociais/Antropologia pela PUC-SP, além de realizar consultorias, cursos e palestras sobre os temas identidade, religião, relações raciais, gênero e educação. Joanice é autora de vários artigos sobre antropologia e religiões afro-brasileiras e do livro Irmandade da Boa Morte e Culto de Babá Egum.

Nesta obra, Joanice fala sobre os rituais mortuários, abordando as dimensões das masculinidades, feminilidades e performance na Irmandade da Boa Morte e na Sociedade Egungun. A autora aborda o tema a partir de dois aspectos: o primeiro é a temática mortuária configurada através dos rituais prestados aos ancestrais e o segundo diz respeito à invisibilidade e à interdição feminina nesses rituais.

O estudo busca entender o simbolismo que envolve o sistema de representação do masculino e do feminino nos rituais, colocando em evidência as diferenças entre o Culto Babá Egum, que é um culto exclusivamente masculino e a Irmandade da Boa Morte, que é protagonizada pela exclusividade feminina. Tanto as mulheres quanto os homens usam as crenças mitológicas africanas para justificar o motivo da exclusão dos sexos opostos em seus rituais. Embora estejam adaptados, ambos os grupos conservam características mortuárias africanas em suas performances de masculinidades e feminilidades.

Tanto o Culto Babá Egum quanto a Irmandade da Boa Morte são originados do candomblé, apesar das participantes desse último alegarem que seus rituais expressam símbolos do catolicismo. Além disso, ambos os grupos celebram a ancestralidade sob o paradigma africano.

O livro é muito indicado para estudantes e professores das áreas de antropologia, ciências sociais e pessoas que gostam de entender e conhecer mais sobre a cultura, religião e rituais afro-brasileiros. Além de ser um material riquíssimo em conteúdo para desenvolver pesquisas acerca do conceito de gêneros, que vem sendo um tema bastante discutido atualmente. Outro ponto importante a ser destacado sobre a obra de Joanice são as referências entre masculinidade e feminilidade, mostrando que desde o século XVIII as mulheres já lutavam pela igualdade e contra a dominação masculina.


Para adquirir a obra: https://www.pacolivros.com.br/Irmandade_da_Boa_Morte_e_Culto_de_Baba_Egum/prod-5049024/
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