QUARTA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2017 - Horário 16:25
Contratos futuros nos EUA e altas históricas marcam nova fase do bitcoin
Negócio / Dezembro de 2017 determina uma nova etapa para o bitcoin. Nesse mês, começaram as negociações dos contratos futuros da criptomoeda na CBOE Future Exchange (CFE) e CME Group (Bolsa de Chicago), respectivamente. A notícia causou otimismo entre os investidores pelo mundo e fez com que a moeda digital ultrapassasse, no primeiro dia de negociações, a marca histórica dos US$ 18 mil. Após o anúncio da CME e da CFE, a Nasdaq (Bolsa americana totalmente eletrônica) também manifestou interesse em lançar contratos futuros da criptomoeda no primeiro semestre de 2018.
A notícia fez o bitcoin disparar, movimento que não se limitou apenas a essa moeda. Outras, chamadas de maneira geral de altcoins, também tiveram impacto positivo. O ether, por exemplo, ultrapassou a marca dos US$ 800; o litecoin registrou picos de US$ 300, e a dash superou os US$ 1 mil. No Brasil, até agora, o bitcoin é o ativo que mais se valorizou em 2017, foram 2.300% nos últimos 12 meses.
"A criação de instrumentos financeiros para o Bitcoin no mercado tradicional marca uma nova etapa para as criptomoedas", destaca Vinicius Bazan , analista da Empiricus Research e coautor da série Crypto Alert . Mas, quem já investiu ou ainda quer investir na moeda digital precisa entender realmente o que significa essa nova fase.
O QUE MUDA COM A ENTRADA DO BITCOIN NA BOLSA AMERICANA?
A entrada na Bolsa deve levar mais investidores ao mercado, o que consequentemente pode elevar o preço da moeda digital. E quando o bitcoin sobe, em geral, as demais criptomoedas acompanham.
"O primeiro ponto importante é entender que muitos investidores institucionais não podiam, até agora, se posicionar em criptomoedas por não poderem comprar diretamente o ativo. Com a criação dos futuros na CME e CBOE, novas oportunidades se abrem para eles e também para a criação de ETFs da moeda, o que tende a trazer um enorme fluxo de capital para esse mercado", explica Bazan.
Outro especialista da Empiricus acredita ainda que a novidade pode trazer mais liquidez com a entrada de traders de alta frequência. "Os instrumentos financeiros e o estabelecimento de diretrizes para a negociação desses ativos digitais são gatilhos para fomentar mais o mercado com dinheiro institucional. Não à toa, o bitcoin tem renovado suas máximas históricas. Se para alguns o movimento dá sinais de que se esgotou, a nós parece mais um indicativo que reforça sua continuidade", argumenta André Franco analista da Empiricus e coautor da série Crypto Alert.
O QUE É UM CONTRATO FUTURO?
Contrato futuro é um compromisso assumido entre duas partes para comprar ou vender determinado ativo, no caso o bitcoin , em uma determinada data futura e por um determinado preço. Para operar contratos futuros é preciso depositar uma margem de garantia que é usada para cobrir possíveis e eventuais prejuízos na operação.
Outra característica do mercado futuro é que os resultados das operações são recebidos ou pagos diariamente, por meio do mecanismo de ajustes diários. Em geral, os investidores usam os contratos futuros para minimizar riscos ou potencializar retornos.
Os contratos futuros de bitcoin na CEF serão negociados sob o símbolo "XBT", liquidados com base nas cotações fornecidas pela corretora de Bitcoins Gemini e o serviço será, inicialmente, de graça.
Já os contratos futuros da CME serão liquidados em dinheiro e com base na Taxa Referência Bitcoin, da CME – lançada em novembro de 2016 junto com a plataforma de negociações digital Crypto, em Londres.
BRASILEIROS PODERÃO PARTICIPAR DOS CONTRATOS FUTUROS DA CME?
"A princípio, acredito que só será possível comprar pela CME se o investidor tiver conta estrangeira, mas como a Bolsa de Chicago tem parceria com outras Bolsas pelo mundo, é possível que, em um segundo momento, esses contratos sejam negociados no globalmente", analisa Franco.
Para saber mais sobre as moedas digitais, acesse Bitcoin .
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