RELEASES EMPRESARIAIS

QUARTA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2017 - Horário 15:40

Saiba quais são os melhores investimentos para 2018
Negócio / Nos últimos dias do ano, é comum realizar um balanço a fim de analisar 2017 e, assim, traçar os caminhos ainda melhores em 2018 — o mesmo ocorre com as finanças pessoais. Contudo, definir estratégias para o próximo ano exige uma palavra de ordem: cautela. Afinal, este será um ano de incertezas na política e, por consequência, terá grande impacto na economia.

O economista e especialista em finanças pessoais, José de Oliveira, ratifica que o cenário político-econômico é fator decisivo na hora de traçar a estratégia de investimentos. "O mais inteligente, portanto, é se basear no que acontece agora. No hoje. Para isso, você pode contar com profissionais, mas deve ler muito sobre o assunto. Não pode esquecer o dinheiro investido", afirma.

Marcado principalmente pela corrida presidencial — 2018 ainda não possui definidos os candidatos com mais chance de vitória e, assim, não é possível compreender suas visões estratégicas para o país —, essa incerteza típica de ano eleitoral reflete nos investimentos: faz-se necessário, então, equilibrar riscos e retornos a fim de se ter segurança nesse panorama.

Outro fator fundamental, tendo em vista a conjuntura econômica, é a queda da taxa Selic. A taxa básica de juros tem previsão de chegar a 7% até o fim do ano e isso, absolutamente, impacta em alguns investimentos mais tradicionais, como o título do Tesouro Selic e a caderneta de poupança. "Existem tantas aplicações mais rentáveis e igualmente seguras, não há porque investir na poupança nesse momento", analisa José.

De maneira geral, a expectativa é que o próximo ano será imprevisível, porém promissor. Aos poucos, a economia parece reerguer-se a ponto de a Ibovespa, índice da Bovespa, bater seu recorde em 2017. Isso influencia na confiança dos players e no estímulo aos investimentos, embora ainda precise de trabalho intenso.

Agora, para se definir o melhor investimento em 2018, não basta considerar o panorama político-econômico do país. É fundamental compreender que não se trata de uma escolha absoluta, indicada a todos os investidores; é, na verdade, uma decisão tomada de acordo com o perfil de cada um, ou seja, é muito particular.

Para entender como escolher a melhor aplicação em 2018, José de Oliveira explica: "Não posso dizer, por exemplo, que títulos do Tesouro Direto são recomendados a todas as pessoas. Existem perfis distintos, mais agressivos, que não se interessaram por ele."

Assim, é possível compreender o quão imprescindível é definir seu perfil como investidor é, mais do que isso, explicitar quais são seus objetivos com essas aplicações. É preciso traçar um plano financeiro detalhado e entender que adquirir um carro é um sonho, mas comprar um modelo do ano, na cor que eu desejo é no valor de 50 mil reais é um objetivo mais preciso.

O ponto principal é traçar o que é mais importante nesse momento, suas prioridades financeiras. Ao mesmo tempo, é fundamental ter em mente que é preciso abrir mão de certas extravagâncias em nome da realização desses projetos. Isso não significa deixar de aproveitar o presente, é necessário apenas compreender seus gastos e organizá-los de forma a evitar desperdício.

Mas cada um desses objetivos exige um tempo para concretização. "O investimento precisa de tempo, não é? Então, prazo e liquidez são características que devemos considerar em nossas decisões", completa José. Para o economista, o melhor investimento tem o prazo de que se precisa, sem a necessidade de reaplicação. No entanto, é importante lembrar-se de acompanhar o dinheiro investido: por menos volátil que seja, não é prudente esquecer seus investimentos.

Um ponto assertivo ao considerar o melhor investimento de 2018 é pensar, em vez disso, na melhor carteira de ativos do ano. Afinal, é preciso diversificar seus investimentos para haver equilíbrio da rentabilidade. Trata-se de optar por aplicações de origens variadas a fim de que um retorno positivo compense uma perda em rendas variáveis, por exemplo.

Conheça seu perfil

Para cada pessoa, há uma carteira mais indicada e, claro, investimentos mais adequados. Entre as mais diversas variações, há três perfis: agressivos, moderados e conservadores. É válido ressaltar que essas classificações dependem do modo como encaram riscos, dos objetivos que desejam alcançar e dos prazos.

Para José de Oliveira, "investir em títulos do Tesouro Direto são uma opção bastante prudente para os investidores conservadores". Afinal, são investimentos em títulos públicos, um dos mais seguros do mercado e garantem alto retorno, inclusive em comparação com a bolsa nos últimos anos.

Para os moderados, é válido investir em Multimercados. "Uma das vantagens desse fundo é a diversificação — tem a renda fixa e a variável —, então é uma opção excelente, ainda mais para esse tipo de perfil, inclusive com investimentos no exterior", afirma José.

Por fim, ele acrescenta, "As ações, para quem é mais agressivo, é sempre uma boa ideia." Mas com a baixa das taxas, José de Oliveira acredita que as empresas de bens de consumo e serviços podem se destacar perante as outras no mercado de ações.

De maneira geral, é preciso estudo, informação e muita cautela no momento de investir. 2018 é um ano com muitas surpresas, políticas e econômicas e, por essa razão, o melhor a se fazer é ser prudente.

Alerta de moedas virtuais
Para acrescentar, José de Oliveira, que, além de especialista, considera-se um investidor agressivo, chama atenção para as moedas virtuais. "Essa modalidade nova de investimento tem altas e quedas acentuadas. No momento, estamos encarando a alta do mercado, mas sabemos que não é possível um investimento ter apenas alta, não é?"

O Bitcoin, cada vez mais popular entre os investidores, ainda merece um pouco de atenção na hora de investir: "...sem falar da falta de lastro que essa moeda tem e não possui o reconhecimento total do mercado. Isso pode gerar um problema significativo e, por consequência, um estouro dessa bolha criada pela especulação", afirma José.


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