RELEASES EMPRESARIAIS

SEXTA-FEIRA, 18 DE AGOSTO DE 2017 - Horário 16:44

Especialista comenta alternativas para que o governo incentive startups
Governo / O Brasil vive tempos contraditórios. Empresários encontram-se mais confiantes e otimistas com o futuro da economia brasileira mas, simultaneamente, preocupados com o atual momento político e governamental.

O ambiente de negócios no país nunca foi dos mais favoráveis, com alta carga tributária, regulações e burocracia. Apesar disso, o mercado brasileiro é um dos maiores do mundo e o crescimento econômico parece estar voltando.

Mas, como em todo lugar, há políticas que podem auxiliar ou prejudicar o ambiente para o surgimento e crescimento de empresas, principalmente startups, que são empresas inovadoras, geralmente de base tecnológica.

Conversamos com Gustavo Garcia, especialista em ??compra e venda de empresas , sobre os caminhos que poderiam ser seguidos pelo Poder Público para fortalecimento das startups.

1. Manter as fronteiras abertas

De acordo com o especialista, a tecnologia é global e, para beneficiar os consumidores, ela precisa permanecer assim. "Esta não é apenas uma questão que impacta grandes empresas, pelo contrário. Nos dias atuais, as startups necessitam de acesso aos mercados internacionais para vender, se financiarem e, até mesmo, aprenderem".

Gustavo afirma que, se o governo não mantiver aberto o mercado internacional, as repercussões podem ser muito negativas aos negócios de base tecnológica.

2. Estabelecer regras mais inteligentes

Manter as fronteiras abertas não significa se livrar da regulamentação, explica o especialista. "Como em qualquer mercado, é preciso criar regras razoáveis ??para, entre outras coisas, garantir a segurança, fazer cumprir contratos, proteger os direitos de propriedade intelectual e a livre concorrência".

Tratando-se de um setor extremamente ágil e dinâmico como as startups, a complexidade e as regulamentações excessivas (algumas vezes contraditórias) podem torna o ambiente de negócios ainda mais desafiador e caro para ser navegado por negócios iniciais. "E esse certamente não é o caminho que buscamos para incentivar a inovação", comenta.

3. Observar e considerar o consumidor antes de agir e legislar

O mercado de compra e venda de empresas, inclusive startups tem crescido muito no Brasil nos últimos anos. "No meuBiZ ?, aconselhamos um grande número de empresas de porte pequeno e médio. Eventualmente, algumas dessas empresas esperam se tornar compradores ou vendedores de outros negócios."

No entanto, o cenário para novas empresas de base tecnológica no Brasil tem se tornado mais imprevisível. O case mais emblemático é o das empresas de transporte particular via aplicativo. Nos últimos anos, as empresas que promovem esse tipo de serviço têm vivido tempos difíceis em relação à sua continuidade no país.

"Se os legisladores fizessem uso da opinião dos usuários para criar regulamentações – ou optar pela não regulação, os benefícios poderiam ser exponencialmente maiores para empreendedores, investidores e, principalmente, consumidores", defende Gustavo.

Outro case que ilustra a complexidade do ambiente de negócios brasileiro é o do aplicativo de troca de mensagens mais popular no país que, nos últimos anos, tem sofrido com constantes bloqueios por parte do Poder Judiciário. Segundo o especialista, esse tipo de ação não compromete somente a empresa proprietária do aplicativo. É preciso considerar que muitas outras empresas estão se comunicando e fazendo negócios por meio do aplicativo. "O Poder Público precisa analisar com seriedade o impacto de sua ação sobre as empresas de base tecnológica, seus usuários e toda a cadeia produtiva nacional", complementa.

4. Incentivar os talentos nacionais e atrair talentos estrangeiros

Se há uma política que pode ser aprendida com os Estados Unidos é como atrair e manter os melhores talentos. O país lidera a inovação tecnológica, porque consegue desenvolver, atrair e manter os melhores talentos do mundo. Não por acaso, cinco dos seis vencedores do Prêmio Nobel afiliados às universidades americanas em 2016 são nascidos em outros países. E pelo menos metade das startups com valor acima de US$ 1 bilhão (chamadas de unicórnios) em todo o mundo foram fundadas por imigrantes.

Gustavo comenta que isso não significa que devemos ignorar os desafios da imigração, mas que é fundamental encorajar políticas globais de incentivo ao desenvolvimento, atração e retenção de talentos. "É claro que a educação é base fundamental para o desenvolvimento dos talentos brasileiros, mas também é preciso encontrar formas de retê-los, já que muitos têm buscado migrar para países desenvolvidos".

Além disso, Gustavo defende a necessidade de criar incentivos para atrair talentos estrangeiros que possam se tornar os próximos empreendedores de sucesso no Brasil. "Isso nos tornará um país mais próspero e com muito mais oportunidades para todos", conclui.

Gustavo Garcia é mestre em Administração Pública, bacharel em Direito e fundador do
??meuBiZ? ?, empresa especializada em compra e venda de negócios em todo o Brasil

Website: https://meubiz.com.br
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