SEGUNDA-FEIRA, 14 DE AGOSTO DE 2017 - Horário 16:01
Trabalho desenvolvido por especialista do exercício e do esporte melhora o desempenho das atletas
Ciência & Saúde / A realização de um trabalho de medicina esportiva individualizado e estratégico pensando no "antes, durante e depois" das competições, com muito estudo e planejamento, contribui para a melhora do desempenho do atleta. Embora a afirmação seja indiscutível a adoção dessa estratégia ainda é rara no esporte brasileiro, mais incomum ainda quando é desenvolvida primeiro para a categoria feminina antes da masculina. Felizmente, é exatamente isso o que acaba de acontecer.
O modelo, montado e aplicado com sucesso pela doutora Karina Hatano, médica do exercício e do esporte da Seleção Brasileira de Softbol, é composto por alguns passos e acaba de virar protocolo para a equipe masculina de beisebol. "O primeiro deles consiste em teste de preparo para o jogo, com avaliações de velocidade, potência e resistência visando o desempenho esportivo bem como conhecer o grau de fadiga e possibilidades de lesões", resume a especialista.
Essa etapa inicial mencionada pela doutora inclui a orientação do que a atleta deve levar na viagem, os medicamentos que estão vetados e, fundamentalmente, a avaliação do ritmo, das chances de câimbras e de dores musculares. Importante para as jogadoras aguentarem a puxada maratona dos campeonatos, a exemplo do que ocorreu no Pan-Americano Adulto da modalidade (realizado de 3 a 14 de agosto na República Dominica). As partidas aconteceram com temperaturas altas e muitas vezes foram duas delas em um único dia, totalizando mais de 7 horas em quadra, como o caso dos jogos contra a Argentina e Bahamas, ambos vencidos pelo Brasil. "Desde o primeiro minuto até o final as meninas mantiveram o mesmo desempenho esportivo", orgulha-se Karina.
O segundo passo acontece no pré-jogo, quando são avaliados o uso e a quantidade de suplementos, proteínas e carboidratos empregados, levando em consideração as condições de cada atleta.
Na competição o foco é hidratar. Karina também presta atenção no nível de cansaço e cuida rapidamente de eventuais lesões e dores.
Com o término da partida, o tratamento engloba a acupuntura e a crioterapia (processo terapêutico à base de gelo) contra a dor e para recuperar a contratura, além da reposição de proteínas e do sal. É feita ainda a análise estatística da performance, da fadiga e do esforço para futuras intervenções. "Todo esse trabalho pioneiro na Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol, individualizado e contínuo, deixa as atletas mais confiantes, confortáveis e seguras, o que acaba revertendo em resultados positivos", finaliza a médica.
Sobre a Dra. Karina Hatano
Karina Hatano é médica do exercício e do esporte, mestre em Medicina Esportiva pela Universidade Federal de São Paulo, onde também realizou a Residência Médica em Medicina do Esporte, além de acumular especialização em fisiologia do exercício e nutrologia. Preceptora da Medicina Esportiva da Universidade Federal de São Paulo e professora da Liga de medicina esportiva da UNIFESP, também é responsável pela saúde de atletas de alta performance de diversas modalidades esportivas, como da seleção brasileira de natação e das confederações brasileiras de beisebol e softbol.