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SEGUNDA-FEIRA, 22 DE MAIO DE 2017 - Horário 11:38

Exposição a luz de celular pode causar cegueira temporária
Tecnologia / Em um mundo cada dia mais conectado, já se estima que em 2020 o número de smartfones chegará a 5,4 bilhões, segundo a empresa de tecnologia Cisco. Dados da Anatel indicam, por exemplo, que o Brasil terminou março de 2017 com 242,8 milhões de celulares. Embora traga benefícios, o uso contínuo desses aparelhos sem intervalos preocupa médicos e especialistas, devido a luz azul refletida ser prejudicial à retina.

A Dra. Letícia Barroso, oftalmologista do Visão Institutos Oftalmológicos, em Brasília, explica que a maioria dos aparelhos eletrônicos usados atualmente tem como fonte de iluminação os diodos emissores de luz (LEDs), que emitem mais luz azul do que os produtos incandescentes e pode prejudicar a retina. "A retina é a estrutura ocular responsável por transformar o estímulo luminoso em estímulo nervoso. Acredita-se que a luz azul tenha um efeito foto tóxico sobre importantes células da retina, os fotorreceptores".

A especialista também esclarece que a luz azul é importante na regulação do ciclo biológico do ser humano. "Ela tem uma importante influência no sono, na vigília, na memória e na função cognitiva. Porém o excesso de luz azul pode ter um potencial de prejudicar a saúde da visão". Além disso, a médica informa que durante a noite a luz pode ter efeitos mais negativos comparados a mesma exposição durante o dia.

A Dra. Letícia Barroso, ainda alerta para uma possível cegueira temporária causada pelo excesso da luz azul. "Um estudo britânico, realizado no Moorfields Eye, Hospital de Londres, descreveu dois casos de cegueira após o uso de smartphone à noite. Os pacientes relataram estar com um olho aberto e o outro tampado pelo travesseiro. Então, cada olho se adaptou de forma diferente à luz, levando a um conflito de informações no cérebro ao se levantarem após desligar o celular", explica.

Embaçamento visual, irritação nos olhos, dores de cabeça e cansaço ocular são alguns dos sintomas que indicam irregularidades na visão. Já os relacionados diretamente à exposição da luz azul estão ligados a uma importante região da retina, chamada de mácula. "A deterioração ocorre por um efeito cumulativo, decorrente da exposição a luz ao longo dos anos. A degeneração macular pode ser assintomática nos estágios iniciais, ou causar sintomas como borramento visual, manchas no centro da visão, alteração na identificação de cores, visão de imagens distorcidas e tortuosas", explica a especialista. "O ideal é que o oftalmologista seja consultado, caso o paciente apresente algum dos sintomas descritos", acrescenta.

CRIANÇAS
Segundo a médica, as crianças apresentam uma quantidade menor dos pigmentos protetores que ajudam a filtrar parte da luz que entra em contato com os olhos. Além disso, o potencial da luz azul danificar a retina tem um efeito cumulativo com o passar dos anos.

DICAS
Para os indivíduos que trabalham conectados ao celular, tabletes ou computadores, a Dra. Letícia dá as seguintes dicas:
· Lembrar de sempre piscar os olhos;
· Fazer pausas quando possível;
· Reduzir o uso de tecnologia durante a noite, já que estudos mostram como a exposição à luz azul antes de deitar suprime a melatonina e atrasa o sono.
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