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QUINTA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2017 - Horário 18:18

Tipo de parto deve ser escolha da mãe, mas riscos devem ser avaliados
Ciência & Saúde / O nascimento de uma criança pode ocorrer de várias maneiras e o ideal é que a própria mãe busque informações, ouça o seu médico e faça a escolha de como deseja que seja o "seu" parto, dentro das condições adequadas para ela e para a saúde do bebê.
Porém, o número de parto cesarianos realizados no Brasil é preocupante. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 84% dos partos realizados por planos de saúde são cesáreas, já no serviço público a taxa cai para 40%. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cesariana deveria ocorrer em apenas 15% dos casos, quando o procedimento natural representa riscos para o bebê ou a mãe.

Dr. Claudio Basbaum, ginecologista e obstetra introdutor do Parto Leboyer no Brasil, destaca os casos nos quais a cesárea é indicada. "É uma cirurgia, o que significa que deveria ser realizado apenas em casos específicos, como sofrimento fetal, desproporção do tamanho do bebê em relação à pelve (bacia óssea), posição fetal invertida ou inadequada do bebê, infecção por herpes genital, hipertensão materna mal controlada, pré-eclampsia e diabetes".

Os partos começaram a ocorrer em hospitais há aproximadamente 70 anos. A partir daí, foram classificados em dois tipos: normal e cesariana, ambos realizados sob os cuidados médicos e com a mulher deitada - ou seja, na posição ginecológica horizontal clássica, e com as pernas apoiadas em perneiras.

Até bem pouco tempo atrás, os partos obedeciam às mesmas regras (e em muitos lugares ainda é assim): a gestante não tinha direito a acompanhante, com frequência ficava em salas de pré-parto coletivas, sem liberdade de movimentação, e recebia, além da lavagem intestinal, uma sedação, soro com hormônios, manobras e intervenções (pressão sobre a barriga ou aplicação de fórceps rotineiro desnecessário) para acelerar o parto.

Além disso, na posição deitada de costas, com as pernas amarradas na perneira, pode haver redução do espaço do canal de parto para a passagem do bebê, bem como diminuição da circulação sanguínea que passa da mãe para o feto — com evidentes desconfortos ou mesmo prejuízo para ambos.

Foi na década de 1970 que o cenário começou a mudar, quando grupos de médicos e mulheres passaram a questionar o excesso de intervenções. Foi assim que outros tipos de parto, mais naturais, se tornaram comuns. Um deles é o parto natural, que é igual em quase tudo ao parto normal, só que não há intervenções como anestesias, episiotomia (incisão no períneo, até há pouco tempo rotineira) e indução, e que pode ser realizado em casa ou no hospital.

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