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SEXTA-FEIRA, 24 DE MARÇO DE 2017 - Horário 16:56

Setores imobiliário, tecnológico e financeiro: os sectores preferenciais de investimento dos fundos soberanos
Negócio /
Madrid, 23 de Março de 2017 – Os mercados imobiliário, tecnológico e financeiro são os setores preferenciais de investimento dos fundos soberanos, com dois terços do total de operações dos fundos. Em particular, o sector imobiliário duplicou a sua atividade para 48 operações. Na subseção hoteleira, os fundos estiveram muito ativos, com um investimento de 7.100 milhões na aquisição de ativos hoteleiros, liderados pela Qatar Investment Authority. Pelo contrário, o setor das matérias-primas e recursos naturais perdeu atratividade para os fundos, devido à forte queda do preço do petróleo em 2015. Outro setor que perdeu atratividades foi o dos bens de luxo, também liderado pelo investimento do Qatar.

Estas são algumas das conclusões da quinta edição do relatório "Sovereign wealth funds 2016", elaborado pela IE BUSINESS SCHOOL, KPMG em Espanha e ICEX, onde se analisa o comportamento e as principais tendências destes veículos de investimento ao longo de 2015 e no início de 2016.

A heterogeneidade é uma característica central da indústria dos fundos soberanos: em tamanho, geografia e idade. Por tamanho, os 10 maiores fundos representam 73% dos ativos da indústria. Assim, todos os fundos do top 10 superam os 200.000 milhões. O fundo da Noruega se mantém no topo do ranking, com 920.000 milhões de dólares.

No entanto, a maioria dos fundos não atinge os 20.000 milhões.

Em termos geográficos, 56 países estabeleceram fundos soberanos, ainda que existam quatro polos principais (por volume de ativos sob gestão): Médio Oriente, China, Noruega e Sudeste Asiático. Quanto à idade, também há uma dispersão significativa, mas a média é muito jovem. Desde o ano 2000 estabeleceram-se 66 novos fundos, em comparação com os 28 que existiam antes do novo milênio.

A principal mudança na estratégia de investimento é a exposição a mercados não cotados

Uma das conclusões chave do relatório é que o impacto do petróleo não foi apocalíptico para a grande maioria dos fundos. No entanto, no médio prazo, esta situação de preços baixos terá impacto nas estratégias dos fundos em, pelo menos, três aspectos: maior exigência aos seus parceiros de investimento, mais gestão interna e alterações na estratégia de investimento. A principal mudança na estratégia de investimento é a exposição a mercados não cotados. Aliás, os ativos reais (imobiliário, infraestruturas, etc.) já representam 29% da carteira dos fundos, assegura Javier Capapé, diretor do Sovereign Wealth Lab da IE e um dos responsáveis pelo relatório.
Website: http://media.ie.edu/reports/Report_Sovereign-Wealth-Funds-2016.pdf
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