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TERÇA-FEIRA, 21 DE MARÇO DE 2017 - Horário 16:18

Fundos de investimentos - 5 cuidados que o investidor deve ter
Negócio /
Em Janeiro, os fundos de investimentos registraram a maior captação dos últimos quatro anos. Descontados os resgates, os fundos receberam aproximadamente R$ 40 bilhões, sendo considerada a maior injeção líquida desde janeiro de 2013. Os números surpreendem, pois o país se encontra em um momento de crise e se mesmo com o que vem ocorrendo, o investidor poupar dinheiro pensando em investir em um fundo, este é o momento certo. Porém, antes é preciso ter certos cuidados quanto a escolha de um fundo.

Fernando Marcondes, Planejador Financeiro e Sócio da GGR Planejamento Patrimonial, selecionou os 5 cuidados que devemos ter na hora de escolher um fundo de investimento.

1. Contratar uma gestão especializada (Investir em Fundo de Investimento)
Antes, é importante considerar se terá capacidade de fazer a gestão por conta própria ou se seria mais adequado contratar um gestor especialista (investir via fundo de investimento). o investidor deve responder a quarto questões para si mesmo.

1- Se Haverá tempo para dedicação e acompanhamento de perto do mercado?
2- Saberei qual o melhor ativo e quando será o melhor momento para comprar ou vender?
3- Tenho capital suficiente para acessar uma diversificação adequada atingindo várias classes de ativos e com uma grande diversificação?
4- Quais despesas terei com corretagem e comissões?

Caso não saiba responder ou tenha dúvidas na maioria destas questões, a sugestão é investir através de uma alocação diversificada em fundos de investimento, pois, acaba saindo mais barato e adequado.

2. Gestores: Importante saber quem são e sua rentabilidade
O histórico de rentabilidade de um fundo mostra um comportamento passado, um "track record" do fundo observado, que além de poder não se repetir no futuro, não necessariamente reflete o histórico do gestor atual e sua equipe, e será quem tomará as decisões importantes sobre o ativo.

O gestor e sua equipe são quem decide o que e quando comprar ou vender, e com isso, é importante saber quem são eles, de onde vieram, sua formação, capacidade, quanto para o desempenho do fundo irá depender exclusivamente deles, como se comportam em crises, como buscam ganhar dinheiro para o fundo, mas, principalmente onde e como podem perder dinheiro.

É muito importante o acompanhamento periódico de perto e direto com o gestor e sua equipe, não adianta só acompanhar a cota, a rentabilidade do fundo, pois isto pode não mostrar como estão agindo realmente, no comportamento do gestor atualmente e futuramente, onde ganhou, quem são, no que perdeu e o porquê.


3. Patrimônio Líquido do Fundo
O tamanho do fundo é um importante dado a ser observado. Sendo pequeno ou grande, não seria necessariamente um motivo de exclusão, pois dependerá da capacidade da "perícia" e gestão do fundo. O tamanho pode impactar na gestão dependendo da estratégia a ser adotada.

Por exemplo, um patrimônio grande pode acabar diluindo ganhos ou até mesmo comprometer a agilidade de implementação (entrada ou saída) das táticas de investimentos. Já um fundo com capacidade patrimonial pequena pode também atrapalhar pelos mesmos motivos.
Com tudo, a informação do patrimônio líquido ser alta ou baixa, terá uma menor consideração quanto a importância estará na capacidade de gestão de quem está gerindo este patrimônio. O que mais importa é o volume total da estratégia gerida pelo gestor, pois, muitas vezes um gestor pode ter vários fundos e carteiras com a mesma estratégia e o total gerido é superior ao patrimônio do fundo observado específico.

4. Prioridade em renda variável, renda fixa, multimercado, moedas ou imobiliário
Escolher o melhor investimento é algo que será analisado caso a caso. Não existe um ativo, fundo ou gestor ruim, apenas adequado ou não adequado ao seu patrimônio.
A melhor escolha para o investidor é a diversificação em diferentes classes de ativos. Sendo essencial para a diluição do risco. A diversidade na hora de investir é um seguro gratuito em momentos de crise e pode evitar grandes perdas. Portanto, qualquer concentração de recursos é ruim e arriscado. Por muitas vezes, vemos investidores que acreditam estar protegidos, por exemplo, por terem diferentes vencimentos de títulos de renda fixa de diversos emissores (Governo, Bancos e Empresas), mas, na realidade eles ficam à mercê de uma única classe de risco, da renda fixa. Neste caso, se a taxa de juros subir, eles perdem, se cair, eles ganham. Em contrapartida, se eles tiverem, ao mesmo tempo, investimentos também em outros tipos de risco, a perda em um investimento pode ser bastante amenizada com o retorno de outros investimentos como Dólar, Ouro, Ações, por exemplo.

5. Diversificação através de Fundo de Fundos
Referente a diversificação de ativos, existem alguns fundos, ainda pouco divulgados, que investem em diversos outros fundos, em geral, dos melhores gestores para cada estratégia específica. O investidor pode alocar, de uma única vez, um recurso que estará dividido em centenas de ativos escolhidos por especialistas dedicados exclusivamente a isto. Sozinho, seria humana e financeiramente impossível, também, tendo em vista que alguns desses fundos requerem aportes mínimos de R$ 500 mil ou R$ 1 milhão, ou, mesmo, não estão abertos para receber aplicações. Imagine que o investidor terá a sua disposição, um gestor focado em saber quais são os melhores gestores para cada "caixinha" que, por sua vez, terá na ponta, através de uma carteira diversificada em vários outros fundos, uma equipe gigantesca com os melhores profissionais especialistas em cada classe de ativo para cuidar de seu patrimônio.
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