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QUARTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2017 - Horário 14:53

Conheça o escritor paulista que quer conquistar o coração dos fãs de Harry Potter
Arte e Entretenimento / Lugar-comum entre escritores, a voracidade literária precoce não era bem o forte do então jovem estudante Felipe Recchia Pan, em idos dos anos 1990. Hoje, prestes a completar 31 anos, ele carrega um diploma de tradutor e intérprete e está prestes a concluir sua especialização em Língua e Literatura, além de atuar como professor de Língua Inglesa há 15 anos.

O caminho que levou um leitor "preguiçoso" a tornar-se pesquisador literário e escritor ganhou seu rumo decisivo quando Felipe teve contato, ainda como estudante primário, ao romance paradidático "A Ilha Perdida", de Maria José Dupré – clássico da coleção Vagalume, da editora Ática.

A partir daí, a coisa evoluiu para as obras de Pedro Bandeira e, segundo o próprio Felipe diz, foi "sacramentada" no fim daquela década, com "Harry Potter e a Pedra Filosofal", da autora britânica J.K. Rowling.

Daquele momento em diante, a paixão que começou pouco tempo antes virou uma espécie de obsessão: Felipe passou a ler diferentes gêneros literários ao longo da juventude até que, no Ensino Superior, optasse por investir no curso de Tradução e Interpretação em sua formação, complementada com a já citada especialização em Língua e Literatura.

Sua íntima relação com a Língua Inglesa também teve papel importante na construção do caminho do autor, já que facilitou o acesso a obras de autores estrangeiros, como Mark Twain, T.H. White e William Golding, além de nomes contemporâneos da fantasia como Phillip K. Dick, Alan Moore, Neil Gaiman, Mike Carey, Phillip Pullman e a própria J.K. Rowling.

Em 2014, como resultado do Concurso Cultural Experience U.K., Felipe ganhou uma estadia na Aberystwyth University, no País de Gales, ocasião em que aprofundou seus estudos no campo da mitologia e folclore celta do Reino Unido.

O resultado disso foi a construção das bases da saga "Alec Dini" e de seu primeiro volume: "Alec Dini e o Vórtice do Tempo". A obra, que será lançada na edição deste ano da Bienal do Livro do Rio de Janeiro (entre agosto e setembro), pela editora amazonense Lendari, explora as lendas celtas do Reino Unido e os contos clássicos do Rei Arthur, além de elementos típicos do folclore irlandês.

"No mundo de fantasia habitado por Alec e seus amigos, o leitor descobrirá aos poucos alguns eventos históricos e mitológicos reinventados, servindo como pilares para a construção do universo da saga. Já os prólogos e epílogos de cada volume se passam em nosso próprio mundo, contendo personalidades históricas que enxergam e reagem naturalmente aos acontecimentos de suas respectivas épocas", afirma Felipe.

Além disso, ainda de acordo com ele, o livro fará referências históricas. "Seguindo esse caminho, o leitor fará breves paradas durante os períodos de invasões anglo-saxônicas, incursões Vikings e até mesmo da conquista normanda em sua trajetória pela trama. Minha intenção com isso é fazer algo ainda não visto na literatura popular – ambientar uma narrativa que não é focada apenas em recontar as lendas do Rei Artur e seus cavaleiros, mas sim em apresentar aqueles que foram responsáveis por conservá-las e expandi-las através dos séculos, assim como as possíveis razões por trás disso", explica o autor.

História e mitologia se misturam

Unificando bases históricas que variam das sociedades celtas pré-romanas à Segunda Guerra Mundial, assim como mitologias clássicas do País de Gales, Escócia, Irlanda do Norte e da Cornuália (região situada no sudoeste da Inglaterra), a obra infanto-juvenil tem como forte influência o manuscrito Historia Regum Britanniae (A História dos Reis da Bretanha), escrito por Geoffrey de Monmouth na primeira metade do século XII. Outro trabalho usado como base na saga Alec Dini é a coletânea de contos conhecida como Mabinogion, publicados em inglês pela primeira vez por Lady Charlotte Guest entre 1838 e 1845.

"Estabelecendo os dois trabalhos como a base mais sólida do universo em minhas mãos, aproveitei-me de diversos outros contos para desenvolver o sistema de crenças, políticas e costumes da sociedade onde Alec e seus amigos estão inseridos. Druidas, fadas, clãs guerreiros e gigantes – todos esses são elementos de destaque dentro do desenvolvimento da trama, acompanhada de perto pelo legado dos Cavaleiros da Távola Redonda, os Fianna da Irlanda e muitas outras lendas e mitos do folclore local", afirma Felipe.

O livro chegará ao mercado em duas edições. A primeira, em português, será lançada tanto em versão impressa quanto digital; a segunda, em inglês – primeira versão escrita pelo autor – será lançada inicialmente apenas em e-book. Autor e editora acreditam que a obra pode ganhar a simpatia dos fãs de Harry Potter por utilizar elementos de magia, amizade e coragem nas aventuras da saga. Ao mesmo tempo, o universo vai trazer, pela primeira vez ao país, uma série voltada ao público infanto-juvenil que retrata os elementos celtas e mitologias do Velho Mundo.

"Torço para que meu trabalho como escritor possa tanto iniciar quanto consolidar o exercício da leitura entre crianças, pré-adolescentes ou até mesmo adolescentes que ainda não estejam preparados para encarar as obras clássicas do Ensino Médio. Além disso, quero apresentar ao público brasileiro diversos elementos da cultura e mitologia celta da Grã-Bretanha, Irlanda e até mesmo França, visto que tais lendas ainda possuem uma exposição literária muito menor do que os contos greco-romanos, nórdicos ou egípcios frequentemente retrabalhados no mercado. Por fim, pensando no futuro da saga, pretendo ir além de simplesmente reinventar contos, e sim promover entre os jovens discussões mais profundas sobre o papel e importância da mitologia através dos séculos", reitera.
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