RELEASES EMPRESARIAIS

QUARTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO DE 2016 - Horário 16:07

Filósofo diz que a corrupção no Brasil alcançou seu ápice com a privatização do Poder público
Governo / Um dos grandes saldos do instrumento da delação premiada está vindo à tona com o depoimento do ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho. Claudio teceu detalhes de como a Odebrecht influenciava na tramitação de medidas provisórias e projetos de lei no Congresso. Algumas dessas informações foram confrontadas pela Agência Lupa e se mostraram verídicas, como o pedido da empreiteira de inclusão de mudanças na Medida Provisória 252/2005, da cobrança de Cofins e PIS/PASEP em nafta petroquímica e condensado, ao deputado federal Geddel Vieira Lima, que de fato, apresentou a emenda 342 na Comissão Mista, no dia 22 de junho de 2005, em que pedia que a política de impostos para o setor mencionado, retornasse ao previsto em lei anterior, a 10.925/04, mas a emenda foi rejeitada.
A Odebrecht, no entanto; conforme relato de Claudio Melo Filho, volta seu foco para o Senado, onde é bem- sucedida. O senador Romero Jucá, na época relator da medida provisória, apresentou a emenda 458, que foi aprovada em 05 de outubro de 2005, modificando a incidência de PIS/PASEP e Cofins do setor, conforme interesse da empreiteira.

Para o filósofo Frederico Rochaferreira, o quadro descrito pela Agência especializada em fact-checking, é das grandes e graves questões a serem enfrentadas pelas autoridades do país, diz:

"___O ciclo da corrupção no poder é perverso, porque na medida em que o político recebe propina para atuar em determinada causa, vai muitas vezes contra os anseios e necessidades da população que o elegeu, por isso, o político corrupto é também um traidor da pátria e é isso que a força tarefa da Lava-Jato, a despeito do controverso instrumento da delação, está expondo com a mais hedionda forma de corrupção, a compra do poder ou a privatização do cargo público."

Na visão do escritor, as crises no Brasil são cíclicas devido ao universo de incertezas que produzimos, por outro lado, diz também que a crise é um poderoso instrumento de crescimento e desenvolvimento a ser usado.

"___ A crise política, econômica e social que o Brasil está vivendo, apesar de parecer inédita em alguns aspectos, são revezes cíclicos, fruto de um precário sistema de ensino e educação que forma o corpo social. Mas, as crises são salutares e devemos aproveitar o seu momento, primeiro para fazer um acurado exame de erros e acertos, depois refletir e buscar soluções para o desenvolvimento."
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